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9% dos produtores nos EUA podem reduzir seus investimentos em fertilizantes

Se a conclusão da safra 2015/16 da América do Sul, principalmente do Brasil, ainda causa muita especulação no cenário internacional, os preparativos e, especialmente, a briga por área da 2016/17 dos Estados Unidos causam ainda mais burburinho entre os traders.

Uma pesquisa da publicação norte-americana Farm Journal Media mostrou que as margens mais apertadas neste novo ano já forçam os produtores a reduzirem seu orçamento para a nova temporada, diminuindo os investimentos em diversos setores.

Segundo Matt Bennett, da internacional Bennett Consulting, “os banqueiros estarão acompanhando ainda mais de perto para as dívidas e margens. Os produtores americanos terão que ser homens de negócios ainda melhores”.

A pesquisa foi feita com cerca de 1.500 agricultores e um dos principais resultados mostrou que eles afirmaram que, em 2016, iriam cortar seus gastos pela primeira vez, e a maior parte deles – 38% afirmou que a primeira redução virá nos maquinários agrícolas. Outros 30% afirmaram que cada uma das categorias de seus insumos serão analisadas e deverão passar por cortes.

O estudo mostrou ainda que 9% dos produtores entrevistados podem reduzir seus investimentos em fertilizantes, 6% em sementes e 2% em agroquímicos.

Segundo Marcelo Venturoso, gestor comercial da brasileira Venturoso, Valentini & Cia Ltda, que atua no comércio de peças para máquinário agrícola também nos Estados Unidos, o mercado mostrou certo desaquecimento nos últimos meses. Para ele, um dos motivos para esse quadro vem, justamente, desses preços menores dos grãos.

“Os preços baixaram muito e já sentimos isso com os nossos clientes dos Estados Unidos. No Paraguai, a situação é semelhante, já que eles também dependem dos dólares”, diz. Venturoso explica ainda que não se trata somente da compra de novas máquinas e equipamentos, mas também da manutenção das que o agricultor já possui. Peças que ele pode esperar para trocar, aquilo que se pode esperar para ser renovado, ele vai esperar.

Área de Plantio

Em fevereiro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) realiza o Agriculture Outlook Forum e no evento trará as primeiras projeções oficiais para a área de plantio da safra 2016/17. E não só os investimentos estão sendo considerados para a tomada de decisões, como também o quadro internacional do mercado financeiro, os números que chegam da demanda chinesa, o andamento do dólar – que ainda mantém a soja brasileira mais competitiva, por exemplo, e também os preços do petróleo, que já operam casa dos US$ 30,00 por barril.

“Esse ano será uma disputa para ver qual produto vai ser minimante rentável, qual trará menos problemas. E o americano está mais focado e é muito mais hábil, historicamente, em plantar milho do que soja”, explica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora. “Mas acredito que há uma tendência momentânea para um pouco mais de área de milho do que de soja, o produtor americano está caminhando para isso””, completa.

CI Soja, 15/01

 

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