Entrevistas

Entrevista: Floris Bielders, presidente da Mosaic no Brasil, fala sobre a influência da atual situação política e econômica no mercado brasileiro de fertilizantes

O presidente da Mosaic no Brasil, Floris Bielders, concedeu entrevista ao GlobalFert e falou sobre o potencial do mercado brasileiro, as perspectivas de importação de fertilizantes para 2016 e da projeção de futuros investimentos e expansões de suas unidades.

De nacionalidade holandesa e na empresa desde 2004, Floris Bielders ocupava o cargo de vice-presidente de distribuição internacional, na sede da Mosaic, em Minneapolis, sendo responsável pela distribuição de fertilizantes no Brasil, Argentina, Chile, China e Índia. Bielders possui mais de 20 anos de experiência no setor do agronegócio.

 

1. A Mosaic possui operações em diversos países e atua em toda cadeia produtiva incluindo mineração, produção e comercialização. O que o mercado brasileiro significa para a Mosaic? Qual é a estratégia da Mosaic em relação à posição do Brasil no mercado de fertilizantes?

A Mosaic acredita no potencial do país para continuar evoluindo neste que é o principal setor da economia e possui um compromisso com o agronegócio brasileiro, oferecendo os melhores produtos para nutrição de safras e o melhor atendimento aos clientes. Nos últimos anos, a Mosaic tem demonstrado isso por meio de ações concretas e de investimentos robustos para expansão de sua atuação no Brasil. Alguns exemplos disso são as expansões de suas unidades em Candeias (BA), Cubatão (SP), Sorriso (MT) e melhorias no terminal portuário em Paranaguá (PR), bem como nas suas instalações em Catalão (GO). Além disso, realizou a aquisição da unidade de fertilizantes da ADM no Brasil e Paraguai. Para os próximos anos, temos planejado diversos investimentos em melhorias e novos projetos.

 

2. Além da comercialização de fertilizantes, a Mosaic atua no país com a produção, importação, mistura e distribuição de matérias-primas. Além da produção de SSP, a empresa pretende investir na produção de outras matérias primas no Brasil?

A Mosaic está aberta para futuros investimentos no Brasil, desde que eles estejam de acordo com nossos objetivos estratégicos, surjam no momento certo e com valor adequado.

 

3. Em 2014 a Mosaic adquiriu as operações de fertilizantes da ADM no Brasil. Houve alteração do Market Share da empresa no mercado brasileiro de fertilizantes após esta aquisição?

Sim, tivemos aumento na participação de mercado com a aquisição das quatro fábricas da ADM no Brasil (Paranaguá-PR, Uberaba-MG e Rondonópolis-MT e Catalão – GO) e no Paraguai (Villeta). Com esse investimento, a empresa passou a ter 13 unidades industriais próprias e o quadro de funcionários dobrou, passando a contar com cerca de 1.500 colaboradores.

 

4. A Fospar, produtora de Superfosfato Simples controlada pela Mosaic, possui um terminal portuário localizado em Paranaguá. Qual a expectativa para os volumes de importações deste ano no terminal?

Para este ano, temos a perspectiva de importar em média 2,5 milhões de toneladas de fertilizantes.

 

5. Em abril de 2015 a Mosaic anunciou o investimento de US$10 milhões em sua fábrica em Catalão (GO) buscando melhorias. A empresa tem outros planos de expansão e/ou construção de novas fábricas?

Como parte de nossos esforços para continuar crescendo e realizando mudanças que beneficiem nossos clientes, a Mosaic prevê a expansão da unidade da Fospar, em Paranaguá, visando aumentar a capacidade de armazenamento e descarregamento. Atualmente, a unidade possui capacidade de descarregamento de 2,4 milhões de toneladas por ano. Com a expansão, este número subirá para 3 milhões de t/ano.

 

6. Recentemente a Mosaic avaliou a entrega de fertilizantes no Brasil e informou que nas primeiras semanas do ano as vendas dispararam devido a uma melhor relação de troca das culturas. Qual a visão da Mosaic em relação ao mercado de fertilizantes no Brasil nos próximos meses? Quais são os desafios para esse mercado no longo prazo?

Acreditamos que os produtores continuarão olhando as oportunidades de compra de fertilizantes que deverão acontecer durante o ano, atentando a relação entre os preços do grão e do fertilizante. No entanto, a atual situação política e econômica coloca o Brasil num contexto de ajuste fiscal, no qual o acesso ao crédito oficial está mais restrito e escasso quando comparado ao custo de produção que subiu, já que o valor de sementes, defensivos e fertilizantes estão diretamente atrelados ao dólar. 

Desde a safra 2015/16, o produtor está encontrando no crédito rural oficial apenas uma pequena parcela de suas necessidades de custeio, devido aos limites de tomada de recurso estabelecidos pelo governo.  Para levantar crédito suficiente para o custeio de sua lavoura, os produtores estão buscando alternativas para o financiamento, por meio de bancos privados, tradings e empresas de insumos. Acreditamos que neste ano veremos uma retomada parcial no uso de fertilizantes no Brasil. Talvez não se compare ao crescimento exponencial que tivemos nos últimos anos, mas ainda assim será um crescimento. Esse fato já pode ser visto nas entregas acumuladas no primeiro trimestre, que cresceram 6,8% quando comparada ao mesmo período do ano anterior.

 

Sobre Mosaic Fertilizantes

A Mosaic Fertilizantes é a maior produtora global de fosfatados e potássio combinados. Com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, entrega cerca de 20 milhões de toneladas de fertilizantes para 40 países. No Brasil, atua na produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, além de ingredientes para nutrição animal. Possui unidades de fertilizantes, próprias e contratadas, em 7 estados brasileiros e no Paraguai. Por meio do Instituto Mosaic, promove ações de responsabilidade social nas localidades onde está instalada. A empresa também é controladora do terminal portuário da Fospar, em Paranaguá.

 

Equipe GlobalFert, 29/04/2016

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