Culturas

Produtores de Ijuí têm encontrando dificuldades para aplicação de fertilizante no RS

O relatório semanal da Emater/Ascar, órgão de assistência técnica e extensão rural do governo gaúcho, aponta que até esta semana foram semeados 80% dos 727,8 mil hectares de trigo previstos para esta safra no Rio Grande do Sul. O ritmo dos trabalhos está abaixo dos 89% da média histórica para o período.

No informativo, os técnicos da Emater/RS observam que os últimos sete dias foram particularmente secos nas regiões produtoras. “Se, entre fins de maio e a metade de junho, foi o excesso de chuva que prejudicou o plantio em sua evolução normal, agora é a falta dela que vem preocupando os produtores”, dizem eles.

A Emater/RS relata que na região de Ijuí, que está com 100% da área semeada, a umidade do solo está abaixo do ideal para uma germinação uniforme das lavouras. “Áreas implantadas antes do período das fortes chuvas apresentam dificuldades de crescimento, baixo perfilhamento e coloração amarelada”, comentam os técnicos.

Os técnicos de campo constataram que os produtores rurais de Ijuí têm encontrando dificuldades para aplicação de fertilizantes em cobertura e controle de ervas, principalmente o azevém “guacho” (espontâneo). “Neste quesito, o controle das ervas está abaixo do ideal, inclusive da buva, aveia, entre outras, com incerteza sobre o problema residir na baixa umidade ou se são espécies que adquiriram resistência aos herbicidas.”

Os relatos de Santa Rosa e entorno dão conta que os produtores intensificaram os trabalhos para a conclusão do plantio dentro da época recomendada pelo zoneamento agroclimático para a região. “Foi realizada adubação nitrogenada em cobertura nas lavouras semeadas em maio (antes do período chuvoso), o que tem provocado um desenvolvimento vegetativo dentro do aceitável.”

Em Santa Rosa, as lavouras semeadas entre os dias 10 a 24 de junho apresentam bom desenvolvimento vegetativo, enquanto as plantadas depois apresentam problemas de germinação e baixa população de plantas, devido à falta de umidade do solo. Os técnicos calculam ser necessário um volume de chuvas entre 20 mm a 50 milímetros e dizem que a expectativa de produtividade se mantém em torno de 50 sacas por hectare.

Os levantamentos da Emater/RS confirmam a redução de aproximadamente 5% no plantio de trigo na região de Santa Rosa, para 209 mil hectares. Eles explicam que além das condições adversas do clima na hora do plantio, outro fator que pesou foi a incerteza do preço a receber na comercialização e o custo de produção elevado. A comercialização vem ocorrendo na base da troca por insumos pelo cereal a R$ 30/saca de 60 quilos, valor abaixo do preço mínimo de garantia estabelecido pelo governo federal, de R$ 37,26/saca.

Segundo a Emater, na região dos Campos de Cima da Serra, diferente das demais do Estado, o plantio do trigo começou somente após o período chuvoso. “Isso proporcionou condições favoráveis à operação de semeadura, com umidade do solo em níveis mais adequados e boa condição de luminosidade para a germinação e desenvolvimento inicial das plântulas.”

Os técnicos lembram que o período de plantio na região se estende até o final deste mês, mas os produtores buscam antecipar para que prejudicar a das culturas do próximo verão, que são semeadas na sequência do trigo.

No mercado disponível o trigo foi comercializado nesta semana a R$ 31,83/saca no mercado gaúcho, em alta de 1,3% na semana e de 5,9% no mês. O preço recuou 25,2% em relação ao mesmo período do ano passado e ficou 15,6% abaixo da média histórica dos últimos cinco anos.

 

Globo Rural, 06/07/2017

 

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