Mercado

Para representantes do setor de distribuição de insumos a gestão será fundamental para continuar no mercado

Hoje, as revendas comercializam em torno de 50% dos insumos aos produtores rurais e em alguns casos agem como agente financiador da produção agrícola.

De acordo com representantes do segmento econômico, é preciso “abrir o olho” para não perder espaço. O workshop foi realizado pelo Conselho Estadual das Associações das Revendas de Produtos Agropecuários do Estado de Mato Grosso (Cearpa), em parceria com a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV). O Cearpa Mato Grosso conta com 200 distribuidores associados, que em 2016 movimentaram R$ 11,1 bilhões. Somente em defensivos foram R$ 5 bilhões, em fertilizantes R$ 4,3 bilhões e em sementes R$ 1,8 bilhões. Em termos de empregos juntos tais associados geram 5,5 mil postos de trabalho no Estado. 

Reunindo distribuidores, indústria e produtores agrícolas, o II Workshop Cearpa teve como foco discutir associativismo, crédito e governança. “Nos reunimos para discutir o futuro da distribuição, das revendas. Não podemos ficar chorando e gritando individualmente. É preciso união”, pontuou o presidente da Cearpa Mato Grosso, Gilson Provenssi. Conforme ele, o setor de revendas está passando por um cenário de muitas mudanças, algumas com tendências novas de concentração de distribuição. “Acredito que nós distribuidores vamos conseguir ajudar mais ao produtor estando organizados”.

O presidente da Andav, Henrique Mazotini, lembra que hoje as revendas comercializam 80% dos insumos para os produtores, o que faz com que o distribuidor esteja cada vez mais próximo do setor produtivo. “As mudanças que ocorrem no agronegócio são reais e substanciais. Os distribuidores tem que incorporar ferramentas de gestão. O mercado faz o fornecedor e não o fornecedor faz o mercado. Vender por vender é passado”.

Presente no workshop, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, destacou que é preciso trabalhar mais o coletivo e que muitas coisas no agronegócio avançaram diante a organização da cadeia produtiva. Geller lembrou que quando em 2016 assumiu o Ministério da Agricultura, juntamente com o ministro Blairo Maggi, a indústria de defensivos procurou a pasta e solicitou que se olhasse para o custeio de insumos para a safra 2016/2017, diante a quebra na produção do ciclo 2015/2016. “Ampliamos o teto do custeio de R$ 1,2 milhão para R$ 3 milhões por CPF. Revimos o preço mínimo dos grãos que estava desde 2014 congelado”.

Durante sua participação no evento, Neri Geller frisou que o Ministério está trabalhando com a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) para que o setor de revenda possa captar recursos para ajudar ao produtor como agente financiador, além da abertura de crédito para que cerealistas possam fazer financiamento para construir armazéns. “As revendas possuem um papel importante. O agronegócio tem ajudado e muito na economia do Brasil. As revendas auxiliam a suprir a demanda por crédito, principalmente no Centro-Oeste, onde às vezes faz o papel de agente financiador”.

Na avaliação do representante da Basf, Mário Lavacca, a “Distribuição tem a crucial responsabilidade de transmitir a proposição do valor das marcas gerando valor para toda cadeia”. O representante da Bayer, Cassio Greghi, salientou ainda que o “’Pequeno’ distribuidor tem perdido relevância devido ao crescente nível de profissionalismo dos produtores e concorrentes”.

 

Portal do Agronegócio, 11/07/2017

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