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Multinacionais disputam fábrica de fertilizantes em Três Lagoas

Empresas da China, Rússia e Noruega disputam a aquisição da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), de propriedade da Petrobrás, em construção no município de Três Lagoas. Para tanto, iniciaram negociações com o governo do Estado e da Bolívia sobre o fornecimento de gás natural para abastecimento da fábrica.

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, empresários dos três países questionam o Estado sobre o fornecimento do combustível. \”Houve avanço da negociação com bolivianos que têm interesse em fornecer gás à fábrica e na comercialização de ureia produzida por uma usina instalada em Bulo Bulo, na região central do país\”, disse Verruck.

Com a Petrobras fora da negociação do combustível, o interesse aumenta. “Todos grupos interessados na UFN 3 precisam, antes, definir um fornecedor porque nenhuma empresa pode fazer uma oferta para a UFN 3  sem saber o preço que terá de pagar pelo gás. E para Mato Grosso do Sul é fundamental que esse gás venha da Bolívia – nosso fornecedor – porque a MSGás [a companhia estadual de distribuição de gás] será a fornecedora e porque vai gerar recolhimento de ICMS ao Estado”, destacou o titular da Semagro.

A MSGás fornece a empresas de Três Lagoas, principalmente às fabricantes de celulose. A UFN 3 deverá utilizar 2,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. “É também por isso que o governo do Estado e a MSGás entraram fortemente na negociação”, explicou. Verruck afirmou que até maio todo o processo de venda da fábrica esteja concluído e que, no início do segundo semestre, a obra seja reiniciada. 

A instalação da unidade parou dezembro de 2014, com 82% do plano físico concluído, após a estatal romper contrato com as empresas Sinopec e Galvão Engenharia, acusadas de não pagar fornecedores e prestadores de serviços de Três Lagoas, e que até hoje brigam na Justiça para receber.

INCENTIVOS FISCAIS

Além do gás, os empresários também buscam informações sobre a manutenção de incentivos fiscais concedidos à Petrobras. “São três empresas com grande conhecimento na área de fertilizantes. Acho que a disputa vai ser extremamente importante. Qualquer uma que comprar [a UFN 3] acreditamos que satisfaz”, destacou.

Verruck também defende que o município prorrogue benefícios e o prazo para a conclusão da obra. De acordo com a lei que autorizou a doação de área para a fábrica, o terreno e os investimentos devem voltar ao município até março deste ano. A Petrobras já gastou R$ 3,21 bilhões na obra.

 

Correio do Estado, 11/02/2018

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