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APLICAÇÃO FOLIAR DE TRIAZONA /UREIA-FORMALDEÍDO NAS CULTURAS DE SOJA E MILHO

Bruno Maia Abdo Rahmen Cassim – Doutorando em Solos e Nutrição de Plantas – ESALQ / USP
Éder Jr. de Oliveira Zampar – Mestre em Agronomia – UEM – Dep. de Agronomia – Maringá / PR
Marcelo Augusto Batista – Doutor e Professor Adjunto – UEM – Dep. de Agronomia – Maringá / PR
Fernando Rodrigues Moreira – Agrônomo de Desenvolvimento de Mercado – Hexion Química do Brasil
Daniel Fortune – Gerente Global de Análise de Dados – Hexion Inc.
Antônio Pedro Martins Machado – Consultor em Inovação na Antônio Machado Consultoria

A produtividade das culturas está relacionada com o genótipo, ambiente e disponibilidade dos nutrientes. No caso do nitrogênio (N) para soja, grande parte do que é requerido pela planta é proveniente da relação simbiótica com Bradyrhizobium elkani e B. japonicum. Entretanto, o lançamento de cultivares com teto elevado de produtividade e resultados de pesquisa com resposta da soja à aplicação tardia de N (Moreira et al., 2017), voltaram a gerar questionamentos sobre a necessidade da adubação nitrogenada desta cultura.

Por outro lado, no milho, a adubação com N é um dos fatores de maior importância no manejo da cultura, visto que, a aplicação de ureia em cobertura pode atingir mais de 50% de perdas de N por volatilização de amônia (Tasca et al., 2011). Neste contexto, a adubação foliar com N em V13 a R1 no milho e R2 a R6 na soja, surge como alternativa para minimizar as perdas de N da adubação tradicional, aliado à grande facilidade de aplicação.

A maioria dos fertilizantes foliares nitrogenados contêm fontes tradicionais de N, como nitrato e ureia. Essas fontes têm elevado potencial de causar queima das folhas (Widders, 1991) e para minimizar essas lesões podem ser usados fertilizantes de liberação lenta e eficiência aumentada, como a triazona/ureia-formaldeído (Clapp & Parham, 1991). Esses fertilizantes de liberação lenta apresentam também como características: maior permanência na superfície das folhas na forma líquida, menor perda por volatilização e lavagem, quando comparado com solução de ureia, (Widders, 1991 e Clapp, 2001), proporcionando uma maior eficiência na utilização do N aplicado. Assim, a ureia-formaldeído/ triazona, é uma alternativa eficiente para se maximizar a produtividade das culturas.

Com o objetivo de avaliar a influência da aplicação foliar da ureia versus triazona/ureia-formaldeído na produtividade da soja e milho foram conduzidos: um experimento na soja 18/19 – UDT Cocamar – Floresta/ PR e um experimento em milho 18/19 – Centro Universitário Integrado – Campo Mourão/ PR. Os solos das áreas experimentais foram classificados como LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico e o clima classificado como subtropical úmido (Cfa).

O delineamento foi em blocos casualizados, com 5 tratamentos e 5 repetições, conforme a seguir:

T1- testemunha (sem N foliar);
T2- solução de ureia

e 3 fertilizantes foliares triazona/ureia-formaldeído (Hexion®)

T3-UF1 – fertilizante com 28% N e proporção de compostos de liberação lenta (LL) 70%;
T4-UF2 – fertilizante com 26% N e proporção de compostos LL de 60%;
T5-UF3 – fertilizante com 24,5% N + 0,5%B + 0,3%Mo e proporção de compostos LL 55%.

As aplicações foram realizadas em R2 e V13 nas culturas da soja e milho, respectivamente, na dose de 10 L ha-1. Os dados de produtividade foram submetidos a análise de variância e suas médias comparadas pelo teste de agrupamento de Scott-Knott (p<0,1).

Na soja foi verificado diferenciação estatística com resultado significativo em T4 e T5 (Figura 1). No tratamento T4 verificou-se incremento de produtividade em relação a testemunha e solução de ureia de 10% e 15% respectivamente. Já no tratamento T5 (N+B+Mo) verificou-se incrementos de 15% e 20 % em relação a testemunha e solução de ureia respectivamente. A aplicação foliar de ureia convencional não apresentou diferença estatística em relação a testemunha. Outros estudos seriam necessários para um melhor entendimento dos resultados.

No milho, apesar de não observado diferença estática, verificou-se que os tratamentos T3, T4 e T5 promoveram incrementos médios de produtividade superiores à testemunha e solução de ureia de 32% e 10%, respectivamente. O tratamento T5 foi o que apresentou os maiores incrementos de produtividade de 35% e 12% em relação a testemunha e solução de ureia, respectivamente, mostrando a sinergia da ureia-formaldeído/ triazona com micronutrientes.

A aplicação dos fertilizantes triazona/ureia-formaldeído mostrou-se eficiente em promover incremento relativo nas produtividades nas culturas da soja e milho.

Figura 1- Produtividade da soja safra 18/19 (a) e do milho safra 18/19 (b). *Na barra, médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Scott-Knott (10%).

REFERÊNCIAS
CLAPP, J. G.; PARHAM, T. M. Properties and uses of liquid urea-triazone nitrogen fertilizers. Fertilizer Research, v. 28, n. 2, 1991.
CLAPP, J.G. Urea-Triazone N Characteristics and Uses. TheScientificWorld. 1(S2), 103–107. 2001.
MOREIRA, A. et al. Soybean yield and nutritional status response to N sources and rates of foliar fertilization. Agronomy Journal, v. 109, n. 2, 2017.
TASCA, F. A. et al. Volatilização de Amônia do solo após a aplicação de ureia convencional ou com inibidor de urease. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 35, n. 2, 2011.
WIDDERS, I. E. Absorption and translocation of foliar triazone-N as compared to other nitrogen sources in tomato. Journal of Plant Nutrition, v. 14, n. 10, 1991.

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