Entrevistas

Luis Arruda, Diretor Comercial da Mosaic, comenta sobre o mercado de fertilizantes no último ano e perspectivas para o futuro

A Mosaic comercializa aproximadamente 29 milhões de toneladas de fosfatados e potássicos no mercado global. Atendendo a um mercado de mais de 40 países, os principais países consumidores de fertilizantes da empresa são os Estados Unidos, Brasil e Paraguai. No Brasil, os estados com maiores demandas para a empresa são o Mato Grosso, com aproximadamente 25% do mercado, além de Mato Grosso do Sul e Paraná. Os maiores picos de fornecimento nacional ocorrem no primeiro e no terceiro trimestre do ano, direcionado pelo atendimento da safrinha de milho e da safra de grãos, respectivamente

Ao longo do ano de 2024, Arruda aponta que a distribuição total da Mosaic no Brasil deve chegar a 10 milhões de toneladas. Deste total, a maior parte deve abastecer o mercado B2C, representando cerca de 8,3 milhões de toneladas. Para o B2B, por sua vez, os volumes devem somar aproximadamente 2 milhões de toneladas.

De acordo com Arruda, o market share da Mosaic no Brasil deve atingir 17,1% em 2024, representando um aumento de 0,6% comparado ao ano anterior. Visando atender à crescente demanda global nos próximos anos, a perspectiva é de melhorias focadas no aumento da eficiência produtiva, expandindo a produção de suas minas, além de adições de capacidade produtiva e expansões na distribuição.

No Brasil, a Mosaic deve investir R$ 400 milhões na construção de uma nova unidade de mistura, armazenamento e distribuição em Palmeirante (TO). O objetivo é ampliar a presença nos estados que compõem a região conhecida como MATOPIBA, estendendo seu atendimento até a região do Vale do Araguaia (MT) e norte de Goiás. Inicialmente, a planta deve produzir cerca de 500 mil toneladas de fertilizantes em 2025, chegando à capacidade produtiva anual de um milhão de toneladas em 2028. A operação deve contar com acesso 100% ferroviário até o porto do Maranhão, trazendo ganhos em eficiência logística, comenta Arruda.

Para o mercado brasileiro de fertilizantes é esperado um crescimento no volume de vendas de 2 e 3%, com a perspectiva de atingir 47 milhões de toneladas em volumes comercializados no país. Na visão de Arruda, o cenário tem sido desafiador para a soja, com uma relação de troca menos favorável para negociações. Já para outras culturas como café, cana, citros e algodão, a relação de troca mais viável tem estimulado o interesse do produtor. Para o milho, com a valorização do grão, o cenário é mais animador.

Em relação à safrinha, estamos em média com 61% dos volumes de fertilizantes comprados no Brasil. Comparado à mesma época no ano passado, estamos em um ritmo de compras similar, avalia Arruda. Já na média dos últimos anos, por sua vez, há um atraso nas negociações. A indecisão de plantio tem conduzido para este cenário, com produtores aguardando volumes de precipitações para obter uma definição de área a ser plantada de milho safrinha dentro da janela ideal. Todavia, a previsão de chuvas nas próximas semanas deve impulsionar à tomada de decisão no mercado doméstico.

Luis Arruda
Engenheiro agrônomo com formação pela ESALQ-USP, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Liderança pela Dom Cabral. Com passagens pelo mercado financeiro, gerências de vendas de sementes de soja e milho, diretor comercial de nutrição de plantas em outras companhias do setor e atualmente diretor Comercial Geral Brasil e Paraguai da Mosaic, liderando os times de vendas de fertilizantes e bionutrição.

GlobalFert, 22/11/2024.

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