Sumário

Parte 2

Inoculantes

Capítulo 11

INOCULANTES: O QUE É E PARA QUE SERVE?


O inoculante é um insumo biológico constituído de bactérias e arqueobactérias responsáveis por capturar o nitrogênio da atmosfera (N2) e transformar em fertilizante para as plantas, beneficiando assim o seu desenvolvimento. Esse processo recebe o nome de Fixação Biológica de Nitrogênio – FBN.

Na agricultura, as bactérias fixadoras de nitrogênio geralmente são utilizadas nas:

Leguminosas como:

Soja, feijão, amendoim, alfafa, ervilha.

Leguminosas arbóreas:


Para fins de recuperação de áreas degradadas e de reflorestamento.


Gramíneas, como :

Milho, trigo, arroz e cana-de-açúcar.





COMÉRCIO DE INOCULANTES


Pelo 9° ano consecutivo o número de doses de inoculantes efetivamente vendidas aumentou. Entre 2018 e 2019 esse número aumento 0,2% e deverá aumentar ainda mais em 2020, reflexo principalmente da maior área de cultivo de soja.

A soja segue como a cultura de maior consumo de inoculares do Brasil.

Fonte: ANPII, 2021. Previsão estimada pelo GlobalFert



Fonte: ANPII, 2021.


INOCULANTES NA SOJA


A Inoculação na cultura da soja ocorre em cerca de 80% da área plantada e desta área cerca de 25% é coinoculada, ou seja, apresenta a inoculação mista, que é quando se usa diferentes microrganismos combinados.

Ao todo, foram vendidos 55,8 milhões de doses de inoculantes para a cultura da soja em 2019. Os estados que se destacaram foram Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Somados representaram 54% do total de doses comercializados na soja.

Fonte: ANPII, 2021.

Fonte: ANPII, 2021.

Na cultura da soja, cerca de 77% dos inoculantes aplicados foram na forma líquida. Os demais 23% foram na forma sólida. Vale destacar que os três estados que mais utilizaram inoculantes na forma líquida foram novamente: Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Já os inoculantes turfosos foram predominantemente utilizados pelo Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo

O uso de inoculante turfoso supera o de inoculantes líquidos somente nos estados do Acre e Amapá.

Gráfico aqui

Fonte: ANPII, 2021.


INOCULANTES NAS GRAMÍNEAS


Ao todo, foram vendidos 6,4 milhões de doses de inoculantes para as gramíneas em 2019. Os estados que se destacaram foram novamente Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Somados representaram 57% do total de doses comercializadas de gramíneas.

Gráfico aqui

Fonte: ANPII, 2021.



IMPORTAÇÃO DE INOCULANTES


Gráfico aqui

A Argentina e o Uruguai são as principais origens dos inoculantes importados. Vale destacar que entre 2019 e 2020, houve um aumento nas importações de inoculantes uruguaios e uma queda no material de origem argentina.

COMÉRCIO NACIONAL DE INOCULANTES


Dos 26 estados que apresentaram comércio de inoculantes, somente no Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Pernambuco, Sergipe e Espírito Santo as vendas de inoculantes para soja representaram menos da metade do total de vendas total de inoculantes.

Gráfico aqui

Fonte: ANPII, 2021.

JOSÉ ROBERTO P. DE CASTRO

Presidente da ANPII: Associação Nacional
dos Produtores e Importadores de
Inoculantes.







Vivemos um momento de crescente conscientização da relevância da biologia do solo para uma agricultura sustentável.

INOCULAÇÃO - UMA PRÁTICA ESSENCIAL


O histórico brasileiro de sucesso com o emprego de insumos biológicos é muito positivo. Desde o início do cultivo da soja no país, nos anos 1950, o produtor aplica inoculante para garantir o suprimento de nitrogênio para a cultura.

Desde então, o mercado brasileiro de inoculantes segue em franca evolução. Destaco a seguir os avanços mais relevantes dos últimos anos.

Aumento na taxa de adoção de inoculante em cultivos de uso tradicional do insumo como soja, feijão e amendoim. Crescimento expressivo de aplicação emespécies nas quais o emprego de inoculantes é mais recente como milho, trigo, arroz, cana-de-açúcar e pastagens.

Rápida expansão da técnica de coinoculação (aplicação de Bradyrhizobium + Azospirillum) em soja, que tem proporcionado aos produtores brasileiros aumentos de produtividade superiores a 10%. Na safra 2019/20, o Brasil teve mais de 9 milhões de hectares com esta fascinante técnica.

Evolução contínua da qualidade dos produtos ofertados pelas indústrias.

Desenvolvimento de inoculantes com grande capacidade de resposta agronômica que serão disponibilizados para os agricultores nos próximos anos, por meio de convênios estabelecidos pela associação que congrega as principais empresas do setor (ANPII – Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes) e importantes universidades (Universidade Federal do Paraná e Universidade de São Paulo).

Maior conscientização dos benefícios da inoculação por parte dos profissionais de ciências agrárias e dos agricultores, em função das atividades de difusão da EMBRAPA e da ANPII. A ANPII, por exemplo, lançou um livro sobre a história do uso de inoculantes no Brasil. É uma publicação inédita com enorme valor científico e histórico.

O mercado de inoculante no Brasil já é de mais de 80 milhões de doses anuais. Projetamos um crescimento de pelo menos 10% na próxima temporada, em função da soma de três fatores: incremento da taxa de adoção em diversos cultivos, aumento do número médio de doses por unidade de área, expansão da superfície cultivada no país.

Vivemos um momento de crescente conscientização da relevância da biologia do solo para uma agricultura sustentável. Paralelamente, temos tidos avanços tremendos na biotecnologia. Considerando esses fatores, é de se esperar um crescimento vigoroso na oferta de insumos que contenham microrganismos benéficos ao desenvolvimento vegetal nos próximos anos. Os desafios principais são realizar pesquisa e desenvolvimento de alto nível no sentido de ofertar ao mercado soluções efetivas e atuar de forma competente na difusão da tecnologia.