Redução de taxas operacionais na China limita oferta e pode redefinir o Mercado Global de Cobre

Com a deflação persistente na China e a crise imobiliária que já se estende desde 2022, a demanda por Cobre permanece reduzida. Isso porque o setor que mais movimenta o mercado do metal é o da construção civil e, a China tem grande influência nesse âmbito, dado que o país é reconhecido mundialmente pelo seu crescimento e desenvolvimento neste setor.
Apesar disso, em 2024 o preço do metal valorizou em torno de 8% em comparação com o ano anterior, atingindo o maior pico de US$10.856,5/t em maio e se mantendo em um patamar mais elevado, com a média no último trimestre de 2024 em US$ 9.170/t.
Mesmo com a restrição da demanda, o Cobre conseguiu elevar seu valor em 2024 devido ao déficit de oferta. Além disso, em novembro foi anunciada a diminuição das taxas de refino a serem pagas às fundições na China, situação essa que gerou especulações a respeito de uma possível redução na produção do metal. Com os possíveis cortes das taxas operacionais, a perspectiva é que a oferta de Cobre refinado diminua e se equilibre com o cenário de baixa demanda. Contudo, a longo prazo, caso esse cenário se estenda, a restrição do Cobre pode afetar todo o mercado global, atingindo todos os setores, desde a construção civil ao suprimento para a transição energética.
Além disso, com a recente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e sua abordagem protecionista, é possível observar especulações sobre as medidas a serem adotadas. No início de fevereiro, Trump anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá, além de um aumento de 10% nas tarifas aplicadas à China. Em resposta, México e Canadá firmaram um acordo com os EUA para suspender as tarifas por um mês, em contrapartida, a China divulgou taxas de 10% sobre o petróleo bruto e 15% no carvão e gás natural liquefeito, além de restringir a exportação de alguns automóveis e equipamentos agrícolas.
Entretanto, até o momento, o republicano propôs um tom mais moderado, e as medidas não foram agressivas na escala prevista. Esse cenário impulsionou moedas de mercados emergentes enquanto pressionou a desvalorização do dólar.
Dado o cenário de reestruturação de políticas americanas e a desvalorização do dólar logo após a posse do presidente eleito, os preços do metal registraram instabilidades e elevações no início deste ano, com isso, a média de janeiro de 2025 foi de US$8.947,83/t. Com esses fatores, a perspectiva é que os preços do Cobre sejam ainda mais impactados a longo prazo.
GlobalFert, 05/02/2025.