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Saldo anual da balança do MT fica positivo pela 1ª vez. Adubo foi o produto mais importado

O saldo das exportações mato-grossenses fechou pela primeira neste ano com receita superior o mesmo período do ano passado. De janeiro a agosto, a pauta faturou US$ 10,52 bilhões, 2,77% a mais que os US$ 10,24 bilhões contabilizados em igual intervalo de 2016. Esse ganho, foi graças à performance de vendas registrada no mês de agosto e também pela movimentação da soja em grão que cresceu quase 17%, na comparação. 

Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a receita de agosto foi a segunda melhor para o mês em três anos. Mês passado, as exportações somara US$ 1,28 bilhões, contra US$ 954,91 milhões em igual momento de 2016, ganho anual de 34%. Em agosto de 2014, a receita mensal foi de US$ 1,40 bilhão. 

Na avaliação mensal, sobre os resultados de julho, o atual balanço também demonstra ganhos, já que naquele mês os embarques somaram US$ 1,19 bilhão. 

Mesmo em plena safra de milho e algodão, foram às vendas da soja em grão que deram ritmo ao comércio exterior de Mato Grosso. Milho e algodão, por exemplo, encerraram os oito primeiros meses desse ano com quedas acumuladas de 39,78% e de 25,51%, respectivamente. Os embarques de soja, que movimentaram quase 17% a mais na receita anual, representam 60,58% de toda a receita anual da pauta, ou seja, US$ 6,37 bilhões. 

Ainda em relação à soja em grão, a receita passou a sustentar ainda mais o saldo global da pauta, já que até agosto do ano passado a participação da commodity no total era de 53,41%. Em cifras, as exportações passaram de US$ 5,47 bilhões para atuais US$ 6,37 bilhões. Em volume, foram 14,89 milhões de toneladas para atuais 16,89 milhões de toneladas, exatamente 2 milhões a mais na comparação. 

Mesmo acumulando resultados negativos ao longo do ano, o milho segue como o segundo produto mais importante da pauta externa mato-grossense e fecha o período respondendo por 9,63% da receita total. De janeiro a agosto foram movimentadas 6,40 milhões de toneladas que geraram US$ 1,01 bilhão, recuo anual de 39,78% em relação ao faturamento dos primeiros oito meses de 2016 quando a pauta somou US$ 1,68 bilhão e o envio de 10 milhões de toneladas do cereal. Naquele momento, as vendas de milho representavam mais de 16% do total faturado de janeiro a agosto do ano passado. 

Na terceira posição da pauta estadual estão as vendas de carne bovina desossada congelada que apresentam ganho anual de 26,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o Mdic, os embarques injetaram US$ 590,78 milhões nesse ano contra US$ 465,92 milhões em oitos meses do ano passado. A carne bovina é responsável por 5,61% do total faturado pelo Estado. 

DESTINOS – Se a soja em grão é disparada o produto mais comercializado pelo Estado, então a China também segue sendo o principal parceiro comercial de Mato Grosso. Até agosto, o país era responsável por pouco mais de 41% da receita estadual. Em cifras, dos mais de US$ 10,52 bilhões contabilizados por Mato Grosso com as exportações de 2017, US$ 4,33 bilhões vieram diretamente de negócios com os chineses. E o apetite deles aumentou 20% em relação a 2016. 

Além da China, completam o ranking dos cinco principais destinos da pauta estadual, Tailândia, US$ 725,86 milhões, Países Baixos (Holanda), US$ 713,34 milhões, Irã, US$ 589,76 milhões e a Espanha, US$ 527,82 milhões. 

IMPORTAÇÕES – As compras feitas pelo Estado tiveram uma ligeira alta em agosto desse ano ante o mesmo mês do ano passado. Conforme o Mdic, são US$ 125,61 milhões contra US$ 124 milhões. 

Já no acumulado do ano o avanço é maior, passa de 18%, com saldo atual de US$ 1,05 bilhão contra US$ 892,36 milhões contabilizados de janeiro a agosto do ano passado. 

Os insumos agrícolas, às vésperas do início de mais uma safra no Estado, lideram as compras e ocupam os primeiros lugares: cloreto de potássio, adubos/fertilizantes com nitrogênio e fosforo, ureia e sulfato de amônio. Juntos, essas matérias-primas respondem por mais de 80% de tudo que o Estado comprou nos últimos oito meses. 

Em relação ás importações, os principais países fornecedores são Estados Unidos, Canadá, Rússia, Belarus e Marrocos. Os Estados Unidos são os maiores parceiros e fecham o período respondendo por 16,16% de tudo que foi comprado, ampliando em 45% a relação com Mato Grosso, no mesmo período de comparação, somando atualmente, US$ 176 milhões. 

 

Diário de Cuiabá, 06/09/2017

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