Culturas

Adubação adequada e cultivo de aveia elevam a produtividade do milho

Os produtores de milho estão dispostos a investir cada vez mais para elevar a produtividade e melhorar a qualidade das lavouras. Um exemplo disso é o grupo Rigon, uma empresa dos irmãos Roberto e Fernando Rigon com sede em Seberi (RS), que cultivou o total de 1.800 hectares com milho na primeira safra 2016/2017, com áreas distribuídas em quatro fazendas distintas e custo de produção em torno de R$ 2.500 por hectare.

O grupo investiu em cinco cultivares: a Pioneer P1630, a Biogene BG7318 e três da Agroeste (AS1666 PRO3, AS1677PRO3 e AS1656PRO3). A média geral de produtividade para toda a área cultivada com irrigação foi de 230 sacas por hectare. Já a média geral para o cultivo em sequeiro foi de 180 sacas por hectare.

 

Boa adubação e aveia

 

De acordo com Marco Ascoli, consultor técnico do Grupo Rigon, um dos diferenciais que garantiram a alta produtividade foram a adubação adequada e o cultivo de aveia que precedeu a safra de milho. “Destaco o uso de tecnologia de ponta em correção de solo, com taxa variável de calagem (calcário), e incorporação de fósforo a taxa variável em pré-plantio”, afirma o consultor.

Segundo Ascoli, havia cobertura de aveia em toda a área. Essa cultura alongou o ciclo e atrasou a semeadura do milho na safra 2016/2017. “No ano passado perdemos o milho para a geada, neste ano não. A janela de plantio foi um pouco melhor e o tempo andou bem”, diz Ascoli. “Principalmente para quem trabalha com irrigação, a aveia favorece a retenção de umidade de solo e há a possibilidade de colher aveia e agregar renda.”

De acordo com o consultor, outro detalhe importante de manejo foi o cuidado com a dessecação. “Fomos efetivos com a dessecação pré-plantio da aveia branca, e dessecação em pré-plantio com paraquat para controlar as plantas daninhas e o banco de sementes”, afirma Marco Ascoli.

 

O melhor resultado

 

A maior produtividade foi registrada em uma área de 90 hectares de milho irrigado na fazenda Paineira. Com o cultivo do milho AS1666 PRO3, sendo um espaçamento de 45 centímetros e população de 75 a 80 mil plantas por hectare, a produtividade média foi de 256 sacas por hectare. Nas áreas de sequeiro com esta cultivar a colheita foi de 190 sacos/ha. “Já chegamos a resultados parecidos de produtividade em outras épocas. Mas o que chamou a atenção foi a sanidade dos materiais”, afirma Marco Ascoli, consultor técnico do Grupo Rigon.

Segundo ele, foram realizadas duas aplicações de inseticidas, uma aplicação pós-emergência com o objetivo de controlar percevejo e lagartas, e apenas uma aplicação de fungicida. “O principal fator que a gente observa é a resistência à larva diabrótica e o peso de grão desse milho. O peso chegava a superar os outros híbridos em 15%”, diz Ascoli.

 

Tecnologia

 

De acordo com o produtor Roberto Rigon, que comanda do Grupo Rigon com o irmão Fernando, a produtividade de 250 sacas por hectare já era uma meta, mas eles duvidavam que o número seria alcançado neste ano. “A colheita nos surpreendeu. O manejo utilizado foi o mesmo do ano 2015/2016, porém, a tecnologia de adubação e o clima foram mais favoráveis para alcançar os objetivos”, conta Rigon.

Segundo o produtor, a escolha das sementes foi decisiva nessa empreitada. “Com certeza, o uso de sementes de alta tecnologia é essencial para definir a colheita, pois a semente é o início de tudo”, diz o produtor. Agora, o planejamento para a próxima safra de milho é ampliar os investimentos.  “A agricultura é muito dinâmica e a cada ano se aperfeiçoa. Quem melhor se adaptar alcançará cada vez mais recordes de produção”, afirma. “As sementes de milho têm capacidade produtiva maior que os 250 sacos atingidos. As mudanças para a próxima safra serão aumentar a fertilidade do solo, aumentar a adubação de base e aperfeiçoar as práticas operacionais para conseguir maiores resultados”, diz Rigon.

 

SF Agro, 07/06/2017

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