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Analistas sugerem cautela ao negociar o preço da soja

O plantio da safra verão começou em Goiás e os produtores já se preocupam com o preço do grão, que tem se mantido bem abaixo do esperado.

Como os preços não indicam renda, o melhor a se fazer é ter cautela antes de qualquer contrato antecipado, afinal, com essa desvalorização, fica cada vez mais difícil cobrir as despesas diretas relacionadas ao plantio.

Analistas de mercado explicam que o momento agora é o de atenção, tanto na hora de plantar como de vender. “Nestes próximos meses e no próximo ano, os produtores rurais terão que ter informações de qualidade para saberem se posicionar no mercado, para tomar decisões mais assertivas. Os recursos aplicados em informações de qualidade nunca trouxeram tanto retorno sobre o investimento como agora. A relação custo benefício da qualidade da informação nunca foi tão importante. Então, ter a informação correta e agir com eficácia é o mais necessário neste momento”, afirma o consultor de mercado Ênio Jaime Fernandes Júnior.

Apesar de em alguns estados brasileiros os gastos com fertilizantes, defensivos e sementes terem significado custos acima do esperado, de acordo com o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Sementes e Mudas (Agrosem), Antônio Pimenta Martins, em Goiás, a demanda de sementes de soja foi proporcional à área plantada, cerca de 3,2 milhões de hectares. Ainda, as empresas fornecedoras de sementes e insumos apresentaram uma boa capacidade de expedição, por isso não tiveram grandes problemas neste ano. Até com relação aos preços, os produtores não tiveram grandes surpresas. “Não houve aumentos significativos dos insumos para esta safra, já com relação às sementes, conseguimos manter os preços, pois o grão referência para a formação dos preços foi da safra passada”, reforça.

Na safra citada, o clima era a maior preocupação de nove entre dez produtores. Ao iniciar mais um ciclo, o produtor está se deparando com oscilações no mercado, e o preço é um dos grandes problemas desta safra que se inicia. Na propriedade do produtor André Moraes Arantes, distante 20 quilômetros de Rio Verde, a soja irá ocupar um espaço maior na safra 2014/15 – totalizando 680 hectares – devido à oportunidade de aproveitamento de áreas e maquinários.

Até o momento, o produtor fez contrato antecipado na base de troca, pois os baixos preços pagos pela saca de 60 kg do grão fizeram com que ele tivesse precaução.ÂÂ  “Produzir, nós sabemos. O grande impasse mesmo fica por conta da comercialização, o mercado tem que reagir para que consigamos ter uma safra melhor e com boas perspectivas”, explica Arantes. 

Tribuna do Sudoeste, 06/10/2014

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