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Com investimento em adubação, produtividade de milho cresce 118% em 15 anos em SC

Com apenas 1,12% do território nacional, Santa Catarina é o 8º maior produtor de milho e o 11º de soja. Mas quando levado em consideração o volume produzido por tamanho de área, o Estado vira líder nacional no milho, com média de 8,1 mil quilos por hectare, e o segundo colocado em produtividade na soja, com 3.580 quilos por hectare. Em 15 anos, houve um crescimento de 118% na produtividade de milho e 58% na soja. 

De acordo com o analista em socioeconomia e desenvolvimento rural do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Epagri, Haroldo Tavares Elias, Santa Catarina teve a maior evolução entre os grandes produtores de soja entre 2012 e 2016, passando de 2,4 mil para 3,3 mil quilos por hectare. Na região de Campos Novos, há uma das maiores produtividades dos país, com média de 4,2 mil quilos por hectare.

— Nós temos produtores que investem em alta tecnologia, no milho houve uma redução na área e ficaram somente os produtores altamente tecnificados e na soja só não somos melhores porque não temos órgãos de pesquisa como no Paraná e Mato Grosso, que desenvolvem variedades específicas para o microclima deles — avaliou o presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, Enori Barbieri.

Ele também destaca que o modelo catarinense, de pequenas propriedades, estimula os produtores a aproveitaram ao máximo as áreas.

— Como as áreas são pequenas e o custo das lavouras é alto, é preciso ter alta produtividade para ser viável economicamente — destaca Barbieri.

O produtor José Cadore, de Chapecó, afirma que para aumentar a produtividade investiu em boa semente, adubação química e dejetos de aves, além de ter apostado em máquinas agrícolas. Assim, aumentou a média de produção de 40 a 45 sacas por hectare para 72 sacas neste ano.

Queda prevista

A próxima safra de milho e soja deverá ter queda na produtividade devido as variações climáticas, como falta de chuva. A área do cereal caiu 12%, por causa do baixo preço, e a produtividade deve cair 4%, com queda de produção estimada em 16%. A soja terá um aumento de área de 7%, queda de produtividade de 2% e aumento de produção em 4%, segundo o Doutor em Agronomia do Cepa/Epagri, Haroldo Tavares Elias.

Investimento de R$ 50 milhões 

O secretário de Agricultura do Estado, Moacir Sopelsa, destaca que a secretaria tem um projeto para chegar a uma média de produtividade de 10 toneladas por hectare nas lavouras de milho até 2020. Para isso, o Estado investirá neste ano R$ 50 milhões para subsidiar sementes e calcário, que melhoram a produtividade das lavouras. 

Segundo ele, o aumento da produtividade de milho e soja é base de sustentação do agronegócio no Estado. Isso porque os dois produtos servem para alimentar os rebanhos de suínos, aves e bovinos. Graças a isso, SC é o maior exportador de suínos, com mais de 40% dos embarques do país, e o segundo em exportações de frango, com 23% do total. 

Com o aumento de produtividade do milho, o Estado conseguiu se manter acima de três milhões de toneladas, mesmo com queda de área pela metade, em decorrência do avanço da soja. Se a área de produção de milho tivesse se mantido, hoje Santa Catarina seria autossuficiente na produção do cereal e não precisaria buscar três milhões de toneladas em outras regiões ou países.

 

Jornal de Santa Catarina, 11/11/2017

 

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