Culturas

Gastos com fertilizantes crescem e produtores de milho verde apostam em silagem para igualar custos de produção

A safra de milho verde deve encerrar a temporada com uma superprodução no sudoeste de São Paulo. Com isso, os preços despencaram e para conseguir pelo menos empatar os custos de produção, os agricultores estão vendendo parte da produção para a silagem.

Em Araçoiaba da Serra, no interior do estado a produção de milho verde é dividida em duas safras: uma com a colheita próxima a junho, quando a demanda está mais aquecida devido às festividades de São João. E outra no final do ano, com o maior consumo das espigas nas praias do país.

Entre as diferenças entre o milho “verde” e o milho para grãos, além da variedade cultivada, é o tempo de permanência no campo. Enquanto o primeiro leva apenas 90 dias para ser colhido, a commodity só é retirada após cinco meses. “Este milho verde é bem mais rápido. Com isso conseguimos manejar outra cultura em cima da área”, explica o engenheiro agrônomo Cassiano Cleto.

O sudoeste de São Paulo deve colher até meados de janeiro 72 mil toneladas de milho verde, considerada uma supersafra. O clima nos últimos três meses favoreceu tanto o desenvolvimento da cultura na região, que muitos produtores estão tendo que retirar as espigas antes do tempo previsto, como foi observado na propriedade de Santo Lupércio Duarte, onde o milho foi cultivado no dia 15 de setembro. O produtor já começou a colher e para sua surpresa a produtividade média é de 15 toneladas por hectare. “Era para colher em janeiro, mas as espigas já estão maiores e no ponto de colheita. Se passar do ponto o grão fica duro”, explica ele.

Como já tem muito produto no mercado, os preços despencaram e este milho está sendo destinado pra outra finalidade.  “Os preços no mercado para o milho verde não estão compensando, por isso vou fazer silagem. Pelo menos assim consigo cobrir os custos”, conta Duarte.

Segundo o produtor os custos para esta temporada subiram bastante, principalmente com sementes e adubos. “Se eu fizer esta silagem consigo igualar com os custos. Produziu bastante, vai sobrar uns 20% na roça, então não tem o que fazer, vai ter que fazer silo”, finaliza ele.

 

Canal Rural, 30/12/2016

 

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