Entrevistas

Entrevista: Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil, aposta em investimentos no país

O Presidente da Yara Brasil, Lair Hanzen, concedeu uma entrevista ao GlobalFert e falou sobre os investimentos e a importância do mercado brasileiro para a Yara. Lair Hanzen é formado em Administração de Empresas pela PUCRS, pós graduado em Administração de Empresas e Estratégia pela ULBRA-RS e em Gestão de Recursos Humanos na Universidade de Belgrano, onde também realizou MBA em Negócios Internacionais. É o atual Presidente da Yara Brasil e liderou em 2013 o processo de aquisição da Bunge Fertilizantes no País. Entrou para o segmento de fertilizantes ainda em 1993 na Adubos Trevo S.A (atual Yara).

 

1. A Yara está presente em diversos países e possui uma visão do mercado de fertilizantes de diferentes regiões do mundo. Qual é a estratégia da Yara em relação à posição do Brasil no mercado de fertilizantes? O que o mercado brasileiro significa para Yara?

O Brasil representa hoje 1/4 da receita global da Yara e, por isso, o País é muito importante para a Yara Internacional. Nossa estratégia, portanto, é de continuar investindo com foco rentável em três pilares: segurança, meio ambiente e produtividade.

Somos muito otimistas com relação ao futuro do Brasil e da agricultura brasileira, em específico. Os produtores rurais brasileiros estão ficando cada vez mais sofisticados e conscientes da importância de se investir em tecnologia, alinhado à estratégia de diferenciação e inovação da Yara.

Hoje o produtor sabe que investir em soluções tecnológicas, inclusive em fertilizantes, o ajuda a continuar colhendo mais numa mesma parcela de terra. O País conta com disponibilidade de terras, água e tecnologia, garantindo ano após ano recordes na produtividade das safras e lucros aos agricultores. Esse cenário se reflete no mercado de fertilizantes, que continua em expansão.

O Brasil se posiciona para ser o celeiro do mundo e a Yara seguirá apostando no País, com soluções competitivas e sustentáveis para todos os tipos de culturas e solos brasileiros. O principal plano da Yara no Brasil é o de contribuir para o crescimento da agricultura brasileira de maneira sustentada, com forte valor agregado ao agricultor – seja pelo know how que disponibiliza ou pela qualidade superior de seu portfólio. Esta é nossa maior ambição.

 

2. Qual é o Market-share da Yara Global no mercado de fertilizantes? E o da Yara Brasil?

Globalmente não temos como mensurar com exatidão nossa participação de mercado, apesar de sermos os maiores produtores mundiais de fertilizantes nitrogenados. Já no Brasil, a Yara tem cerca de 25% do market share, sendo líder do mercado doméstico de fertilizantes. As operações no Brasil atualmente representam um quarto do faturamento da Yara Internacional.

 

3. A Yara Brasil conta, além da comercialização de fertilizantes, com atividades de mistura, importação e produção. As metas de longo prazo da empresa incluem um aumento e diversificação da produção no país? Existem planos para ampliação e/ou investimentos em novas plantas produtivas?

Sim. A Yara Brasil está atenta a todas as possibilidades de investimentos no Brasil, seja em novas unidades misturadoras ou na reforma das que a Yara já possui, como fizemos recentemente ao reabrir a unidade misturadora de Porto Alegre e inaugurar a unidade misturadora de Sumaré, a mais moderna do País, ou em produção, como realizamos ao fazer a aquisição de 60% da Galvani, com intuito de reduzir a dependência de importação de fertilizantes pelo mercado brasileiro, apoiando os projetos de fosfato da empresa. Por questões estratégicas a Yara não divulga números de investimentos futuros. A Yara também está investindo na modernização e na expansão do complexo de produção em Rio Grande.

 

4. A Yara, entre os grandes players do mercado brasileiro, é a única com fertilizantes líquidos. Em outros países os líquidos tem uma importante participação na fertilização, diferentemente do Brasil. Qual a visão da Yara para a utilização de fertilizantes líquidos no mercado brasileiro? Qual é a estratégia de longo prazo da Yara para este produto?

Em países como os Estados Unidos, Espanha, Argentina, Austrália e Inglaterra, os fertilizantes líquidos são utilizados em larga escala, muito por conta das unidades fabris estarem próximas ao mercado consumidor (cliente final) e pela grande aceitação pelo mercado devido às vantagens agronômicas e operacionais que esta modalidade de fertilização oferece. Atualmente no Brasil temos ainda poucas unidades destinadas à produção desta modalidade de fertilizantes, e a Yara se destaca exatamente por ter duas unidades de mistura localizadas próximas ao cliente final, ambas no interior de São Paulo (Limeira e Jaú). Inegavelmente temos um grande potencial de mercado para ser explorado com os fertilizantes líquidos, e a Yara está atenta a estas possibilidades, tanto que lançou este ano no país a linha de fertilizantes líquidos YaraLiva, um produto que oferece melhor enraizamento e maior sanidade das plantas, proporcionando maior qualidade da colheita.

 

5. Qual é a visão da Yara sobre o mercado de fertilizantes nos próximos anos? 

O mercado de fertilizantes, assim como a agricultura em geral, é um setor que vem crescendo nos últimos anos e a tendência, segundo nossa visão, é que nos próximos o produtor continue aumentando a utilização destes produtos, garantindo um acréscimo na produtividade e no rendimento operacional. A Yara está sempre atenta às demandas tecnológicas e produtivas dos agricultores brasileiros, pois os produtores rurais do País estão cada vez mais sofisticados e conscientes da importância de se investir em tecnologia, o que está alinhado à estratégia de diferenciação e inovação da Yara.

 

Sobre a Yara Brasil

A história da Yara no Brasil iniciou em 1977, ainda como Norsk Hydro, com escritório no Rio de Janeiro (RJ), com foco na comercialização de fertilizantes para fertirrigação. Desde 2000, já adquiriu empresas como Adubos Trevo, Fertibrás e Bunge. Com sede em Porto Alegre (RS) e escritório em São Paulo (SP), a Yara possui duas fábricas em Rio Grande (RS), uma fábrica em Ponta Grossa (PR), 32 unidades misturadoras e um centro de distribuição, localizados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Paraná. Em uma das fábricas em Rio Grande (RS), que chega a produzir 800,000 toneladas de fertilizantes minerais por ano, há uma peculiaridade ao combinar produção e mistura de fertilizantes, além do porto para logística de produtos.

 

GlobalFert, 17/11/2015

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