Logística

LOGZ profissionaliza gestão de terminal catarinense

Com o objetivo de se tornar mais agressivo em sua atuação, o Terminal Portuário de Santa Catarina (Tesc), localizado no porto público de São Francisco do Sul (SC), acaba de profissionalizar a gestão. A meta, segundo seu maior acionista, a LOGZ Logística Brasil S.A, é reposicionar comercial e operacionalmente o terminal em meio a um cenário cada vez mais competitivo.

O processo de reestruturação do Tesc incluiu a reformulação do conselho de administração, hoje totalmente profissionalizado, sem a presença dos acionistas. E a contratação de um novo diretor Operacional Comercial – Eduardo Linna, com passagem, entre outras empresas, pela operadora de terminais APM Terminals e pelo armador Maersk Line.

As mudanças integram o planejamento estratégico da LOGZ para suas companhias investidas, com ênfase na governança corporativa e no cumprimento de metas.

No Tesc, a estratégia é crescer não apenas na movimentação de contêiner – a “carga-mãe” da instalação multiuso -, mas também em produtos siderúrgicos, que vêm ganhando cada vez mais espaço em volume, além de fertilizantes, cargas de grandes dimensões e veículos. No ano passado o Tesc movimentou 36,8 mil toneladas de cargas conteinerizadas, alta de 10,1% sobre 2012. Os embarques de siderúrgicos aumentaram 12,3% no período, para 1,98 milhão de toneladas.

Segundo Roberto Lopes, que assumiu recentemente a diretoria de investimentos e operações da LOGZ, a maior fatia de movimentação no Tesc vai ser direcionada aos segmentos que apresentarem a maior rentabilidade. “O contêiner continuará sendo uma das cargas, mas há potencial e capacidade ainda disponíveis para atuar em outras”, afirmou Lopes, que passou por diversas empresas do setor portuário – entre as quais o próprio Tesc – antes de desembarcar neste ano na LOGZ.

Uma das oportunidades é expandir a movimentação de siderúrgicos. Hoje, o principal cliente do Tesc no segmento é a ArcelorMittal, cujos embarques levaram o terminal a se especializar nesse tipo de movimentação. “A Arcelor é o maior cliente, mas já não é o único. Buscamos ter volume de escala maior com esse tipo de operação, atraindo novos clientes”, diz Lopes.

Outra oportunidade deverá vir com o polo automotivo do norte catarinense, onde foi recém-inaugurada a fábrica de automóveis da BMW em Araquari.

Fundada em 2010, a LOGZ é uma holding com participação em terminais e empreendimentos logísticos voltados ao setor portuário. É controlada por um dos fundos da BRZ Investimentos.

Além do TESC, a LOGZ é uma das acionistas do Porto Itapoá e da WRC Operadores Portuários, ativos que movimentam contêineres, localizados na Baía da Babitonga, no Litoral Norte de SC.

Hoje, a LOGZ tem R$ 300 milhões investidos nos três negócios. E dispõe de R$ 900 milhões para investir nos próximos dois a três anos na expansão dos existentes e em novos projetos. Em setembro, o governo autorizou a construção do Terminal de Granéis de Santa Catarina (TGSC), projeto em que a LOGZ detém 50% de participação e é focado na exportação de soja e milho. Será um terminal privado ao lado do porto público de São Francisco do Sul. O projeto está em licenciamento ambiental. O último passo para a obtenção da licença de instalação (LI), diz Lopes, é a publicação do decreto de utilidade pública da área por parte do governo. As obras devem começar no primeiro trimestre de 2015.

Recentemente, a LOGZ também comprou, junto com a Triunfo Participações e Investimentos, os direitos de um terreno em Paranaguá (PR), onde pretende desenvolver um empreendimento logístico com integração multimodal.

Valor Econômico, 13/10/14

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