Análise da produção chinesa de fertilizante durante o Projeto “Céu Azul” – Globalfert
Devido ao Jogos Olímpicos de Inverno que estão ocorrendo na China entre os dias 4 e 20 de fevereiro, o governo chinês vem tomando medidas para garantir um céu mais azul durante os dias do evento.
Apesar das cidades chinesas liderarem as classificações globais da pior qualidade do ar do mundo, o governo tem mostrado uma maior preocupação ao longo dos anos. Para tal, proibiu parcialmente a liberação de gases poluentes das indústrias e fábricas em diversas regiões, isto se deu o nome de Projeto “Céu azul”.
Desde o começo do mês de janeiro, diversas plantas de Ureia no norte da província de Shanxi estão operando com 50% da capacidade, o que vem diminuindo a oferta tanto para o mercado interno quanto para o externo.
Além da Ureia, os fertilizantes que possuem micronutrientes também estão sendo impactados pela diminuição produtiva, entre eles o Zinco, Cobre, Magnésio e Manganês.
Na Bolsa de Shanghai, foi constatado um aumento de 61,9% nos estoques de Zinco desde o último mês. Porém, o maior estoque não está relacionado diretamente em um aumento da oferta, mas sim uma demanda que caiu drasticamente, uma vez que esta matéria prima não tem onde ser utilizada com as fábricas parcialmente ou totalmente fechadas. As mineradoras de Zinco continuam a operar de forma regular até o momento.
O mesmo cenário ocorre com o Cobre, que apresentou aumento de 37,4% nos estoques na China e uma queda na demanda devido ao projeto “Céu Azul”.
Um caso particular foi o do Magnésio, que antes do início das olimpíadas apresentava uma forte demanda e altos preços, com inúmeras indústrias adiantando seus pedidos de compra e acumulando estoques. A motivação por trás desse cenário se deu pela possibilidade de novas paralisações ocasionadas por uma suposta rodada de inspeções ambientais no Condado de Fugu, que representa mais de 70% de toda a produção global de Magnésio, porém, no presente momento, o seu cronograma foi postergado, o que animou o mercado de Magnésio chinês com a possibilidade de continuar produzindo a matéria-prima. Assim, fazendo com que os preços caíssem quase 12% no mercado interno.
“De forma geral, devemos ver a volta da produção chinesa apenas no fim do primeiro trimestre. Com a finalização do Projeto “Céu Azul”, permitirá as fábricas produzirem sem esta limitação, e devido aos grandes estoques na Bolsa de Shanghai, abre-se a possibilidade de um aumento produtivo que pode ser a vir maior do que os anos anteriores” – Disse Luiz Tofolo, analista do Globalfert.
Globalfert, 04/02/2022
