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Apesar de queda no segmento de fertilizantes, PIB do agronegócio sobe 4,48% em 2016 com força do setor agrícola, diz Cepea/CNA

O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro acumulou crescimento de 4,48 por cento em 2016, sustentado principalmente pelos preços mais altos dos produtos agrícolas, apontou nesta sexta-feira estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O PIB do ramo agrícola cresceu 5,77 por cento entre janeiro e dezembro, seguido pelo pecuário, com elevação de 1,72 por cento.

O resultado geral ficou acima da expectativa do setor. Em dezembro, a CNA havia projetado que o PIB do agronegócio subiria entre 2,5 e 3 por cento em 2016.

“A valorização real acumulada de preços contribuiu para sustentar a alta no acumulado do ano, uma vez que, em volume, o cenário seguiu em baixa para importantes atividades do agronegócio brasileiro”, informou o Cepea em nota.

O ano passado foi marcado por severas quebras de safra, especialmente do milho, cujas lavouras foram atingidas pela seca. O tempo adverso também frustrou as expectativas para a safra de soja, que em 2016, pela primeira vez em quatro anos, não bateu recorde.

No ramo agrícola, acrescentou o Cepea, destacou-se em 2016 o desempenho do segmento primário, que acumulou alta de 10,12 por cento frente a 2015.

Segundo os pesquisadores, as maiores elevações de preços foram verificadas para mandioca, milho, laranja, feijão e banana.

Para o segmento primário da pecuária, enquanto o cenário da avicultura seguiu positivo, o da bovinocultura de corte pressionou o desempenho.

“Isso reflete, em certa medida, a substituição do consumo de proteínas mais caras pelas de menor valor. A atividade leiteira, por sua vez, foi marcada pelos altos patamares de preços em 2016, impulsionados pela baixa oferta do produto.”

A indústria do agronegócio cresceu 2,85 por cento no acumulado de 2016, puxada pelo maior faturamento anual principalmente das atividades do setor sucroenergético, beneficiadas pelo alto patamar de preços do açúcar no mercado global.

No segmento de insumos, a indústria de rações se destacou com variações positivas, impulsionadas principalmente pelos maiores preços do milho e farelo de soja.

Por outro lado, houve quedas para fertilizantes e combustíveis, tanto de preços quanto de quantidades, conforme levantamentos do Cepea.

O dado do Cepea/CNA sobre o agronegócio é mais abrangente do que o levantado pelo governo, contabilizando riquezas em todas as cadeias do setor agropecuário, desde a produção de insumos até as indústrias de alimentos, passando pela produção nas fazendas. O IBGE contabiliza apenas o setor primário.

ESTE ANO

Para 2017, o segmento primário agrícola deve seguir em evidência, dadas as previsões de safra recorde para importantes culturas, como milho e soja, disse o Cepea.

No entanto, os preços mais baixos dos produtos agrícolas, diante de grandes safras, podem limitar os resultados do setor.

“O ano de 2017 segue no campo da incerteza, ainda que as projeções do mercado já deem sinais de recuperação.”

 

DCI, 31/03/2017

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