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Brasil debate estratégias para enfrentar desafios no mercado de fertilizantes em meio a crises globais

Ocorreu, na semana passada, a 4ª Reunião Ordinária do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas), em Brasília, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. 

A reunião foi ditada pelo contexto de um cenário internacional de guerras simultâneas e problemas logísticos que incluem a falta de navios e a alteração de rotas marítimas. Neste panorama, o Brasil fica suscetível à elevação dos preços internacionais de fertilizantes e do custo do frete. Tudo isso encarece não somente a produção de commodities agrícolas, o setor alimentício igualmente afetado.

O encontro teve apresentação de Bernardo Silva, diretor-executivo do Sinprifert (Sistema Nacional de Informações para Produção e Comércio de Fertilizantes e Corretivos do Solo).  

A Itafos, fabricante de fertilizantes listada na Bolsa de Toronto, também teve lugar à mesa, com a presença do presidente das operações no Brasil, Felipe Coutas. Em Arraias, no Tocantins, a empresa consegue produzir 500 mil toneladas de fertilizantes. A capacidade ainda está ociosa, mas vem aumentando significativamente. Em 2023, a produção foi de 32 mil toneladas e a projeção para 2024, ainda sem os números consolidados do quarto trimestre, é de que a companhia chegue a 100 mil toneladas de fertilizantes.  

É do interesse da Itafos participar das discussões em Brasília, pois um plano de operação em Santana do Araguaia, no Pará, está contemplado na carteira de projetos estratégicos do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes), que lidera o Plano Nacional de Fertilizantes. Nessa unidade, a capacidade prevista é de 65 milhões de toneladas de fosfato, que pode atender não somente fertilizantes mais concentrados mas também o mercado de nutrição animal.

A Petrobras aproveitou o encontro em Brasília para sinalizar a retomada das atividades neste segmento, com previsão de investimentos de US$ 900 milhões no período de 2025-2029 para fortalecer a produção nacional de fertilizantes. 

De acordo com Wagner Felicio de Oliveira, gerente executivo de Processamento de Gás Natural da Petrobras, há pretensão de retomar atividades em Três Lagoas (MS), Araucária (PR), Camaçari (BA) e Pedra Branca (SE) em 2025. Somadas, essas unidades poderão alcançar uma capacidade total de produção de ureia equivalente a 35% do mercado nacional.

UOL Notícias, 04/12/2024.

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