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Cobertura do 8º Congresso da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA)


Nesta terça-feira dia 23 de outubro, a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) realizou o 8º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, através de sua plataforma online em site próprio e no Youtube. O evento contou com a participação de diferentes especialistas do setor agro, tanto de órgãos governamentais como da iniciativa privada. William Waack, jornalista da CNN, atuou como moderador do congresso, conduzindo as perguntas e direcionando as falas aos participantes. A pauta central da discussão foi o atual desequilíbrio entre a demanda nacional por fertilizantes e a produção própria irrisória deste insumo, a qual 85% de todo volume de adubo utilizado no Brasil é importado.

Diante deste cenário, o presidente da ANDA, Eduardo Monteiro, declarou seu apoio ao Plano Nacional de Fertilizantes, cujas ações estratégicas são pensadas visando a diminuição da alta dependência nos adubos importados. Dentre os tópicos mencionados, estão: a desburocratização da cadeia de produção nacional de fertilizantes, a desoneração em relação a produção de matérias-primas, linhas de crédito, mapeamento de reservas minerais para iniciativas privadas, estímulo à pesquisa e difusão do conhecimento relacionado com uso otimizado de fertilizantes aliado a maior eficiência agronômica.

Outra participante do evento, a ministra da agricultura Tereza Cristina, citou sua visita à Rússia para conversa sobre fornecimento de fertilizantes, sobre o qual afirmou que não haverá falta do insumo para a safra de 2022/2023. Revelou também uma conversa amistosa com a Nutrien, grande produtora mundial de KCl na América do Norte e anunciou que irá fazer uma visita ao Canadá no próximo mês de dezembro. As declarações da ministra ajudam a acalmar as tensões e inseguranças levantadas em relação ao fornecimento de fertilizantes.
Colaborador no evento, Marcos Jank, coordenador do Centro Insper Agro Global, destacou o cenário de instabilidade política para o ano que vem, porém fez a ressalva de que o agronegócio brasileiro representa crescimento e há perspectivas positivas.

O congresso se dividiu em três principais eixos: 1. Mercado Brasileiro e Mundial de Fertilizantes, 2. A Economia no Brasil e as Expectativas para o Agronegócio e, por último 3. Logística e Infraestrutura como Desenvolvimento do Agro Brasileiro.

Os palestrantes também reforçaram questões importantes relacionadas ao agronegócio, como a utilização otimizada de adubos e aumento de produtividade, sustentabilidade e outras questões associadas ao meio ambiente, como ILP (Integração Lavoura-Pecuária), pegada de carbono e agregação de valor, através da produção de adubos mais sustentáveis e mais eficientes. Também foi destaque a conectividade no agro, como a IA (inteligência artificial).

Também foram reforçadas pautas como o seguro rural e o financiamento para agricultores, com intuito de criar capital de giro e dar maior estabilidade financeira para este elo da cadeia, principalmente aos pequenos e médios agricultores que não são capazes de exportar.

Em relação à produção nacional de fertilizantes, foram levantadas questões como a desoneração da folha de pagamento e em conjunto uma reforma tributária como um todo. Além disso, também foi citada a necessidade de pensamento à longo prazo por meio da construção de uma política agroindustrial que tenha um olhar estratégico sobre todos os elos da cadeia produtiva.

Em relação a logística, um tópico de destaque foi a tendência de mudança prevista nos próximos anos, de modal rodoviário para o hidro-ferroviário. A mudança trará vantagens competitivas ao setor do agro, pois poderá baratear o frete, além de descongestionar o trânsito nas estradas.

Globalfert, 26/11/2021

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