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Com alta nas importações de fertilizantes, assinatura de acordos devem marcar 2017 nas relações Brasil-Marrocos

A assinatura de um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) deve ser o próximo passo a ser dado pelo Brasil e Marrocos com o objetivo de ampliar suas relações comerciais. Ao mesmo tempo, os dois países buscam avançar com as negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o país africano. Esses temas vão ocupar lugar de destaque na agenda da visita que o ministro das Relações Exteriores de Marrocos, Hasser Bourita, fará ao Brasil, em outubro ou novembro próximos.

Ao participar, na semana passada, de um evento em São Paulo, o embaixador de Marrocos, Nabil Adghoghi, afirmou que “esperamos dentro em breve alcançar um acordo de livre comércio com o Mercosul. Não é possível armo as costas a um mercado tão promissor como este”. Marrocos possui acordos bilaterais com a União Europeia, Estados Unidos, Turquia e países do Golfo, entre outros.

O embaixador disse também que o ACFI já está praticamente pronto só esperando pelo momento da assinatura.  Na opinião do diplomata, “2017 está sendo um ano rico e muito promissor para as relações entre o Brasil e Marrocos”.

No plano comercial, após registrar a cifra recorde de US$ 2,154 bilhões em 2012 (exportações brasileiras no valor de US$ 872 milhões e US$ 1,281 bilhão em  embarques marroquinos ), o comércio bilateral deu início a uma trajetória descendente e em 2016 o fluxo de comércio somou pouco mais de US$ 1, 144 bilhão.

As vendas brasileiras totalizaram US$ 489 milhões e as exportações marroquinas atingiram o montante de US$ 655 milhões, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

De janeiro a julho deste ano o comércio bilateral ganhou maior fôlego e as trocas entre os dois países somaram US$ 835 milhões. O intercâmbio seguiu favorável ao Marrocos, que exportou bens no total de US$ 472 milhões (alta de 46,91% em comparação com igual período de 2016) e importou US$ 362 milhões em mercadorias brasileiras, superiores em 46,87% ao  volume exportado para Marrocos nos sete primeiros meses do ano passado.

Nesse período, o açúcar de cana liderou a pauta exportadora brasileira para o país africano, no total de US$ 296 milhões. O produto respondeu por 81% de todo o volume vendido pelo Brasil aos marroquinos. Em volume e receita bastante inferiores vieram a seguir  milho em grãos, no valor de U$ 14 milhões (correspondentes a 3,9% dos embarques), munições de caça e esporte, com uma receita de US$ 6 milhões (participação de 1,7%) e demais produtos manufaturados (vendas no total de US$ 4 milhões, equivalentes a uma fatia de 1% das exportações totais brasileiras para o Marrocos).

Graças a uma alta de 82,3%, os adubos e fertilizantes geraram uma receita de US$ 270 milhões e lideraram as exportações marroquinas para o Brasil, representando 57% do total embarcado. Outro itens importantes foram os superfosfatos, com vendas no valor de US$ 74 milhões e uma participação de 16% nas exportações marroquinas e os fosfato de cálcio, que geraram receita no valor de US$ 52 milhões, equivalentes a 11% do fluxo embarcado com destino ao Brasil.

 

Comex do Brasil, 14/08/2017

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