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Deputado fala na Câmara dos avanços da fertirrigação

O deputado Carlos Bezerra (PMDB) ressaltou na Câmara os avanços que estão ocorrendo no campo da agropecuária brasileira, com a utilização da fertirrigação – técnica agrícola que utiliza dejetos de animais como adubo orgânico nas plantações de grãos.

É uma técnica agrícola que está revolucionando o cuidado com o solo em fazendas onde a lavoura divide espaço com a criação de animais. Este material é tão rico em nutrientes que ganhou o nome de “ouro marrom”, disse Bezerra.

Esse “ouro marrom” contém nitrogênio, fósforo, potássio e outros elementos úteis para uma boa adubação do solo, e sai de graça para o produtor. O resultado tem sido extraordinários ganhos de produtividade, que chegam a 15% para o milho e a 10% para a soja.

Ao trabalhar de forma integrada, fazendo com que cada sistema da fazenda forneça subsídio para outro, a fertirrigação devolve para a natureza o que foi retirado sob a forma de grãos, reduz a compactação e aumenta a microbiota do solo, diminuindo a necessidade de aquisição de adubo.

“É uma prática sustentável e ecologicamente correta, embora ter uma fazenda autossustentável dá trabalho, mas os resultados são muito positivos.”, disse.

O primeiro passo para a implementação da técnica é fazer uma análise da terra, de maneira a definir a quantidade exata de dejetos a ser depositada. Este é um cuidado necessário para evitar a contaminação de lençóis freáticos em função da sobrecarga da capacidade de filtração do solo.

A fertirrigação não é um processo simples. Na fazenda paranaense FrankAnna, por exemplo, que é referência nacional na pecuária de leite, os dejetos percorrem um longo caminho até se transformarem em adubo para as plantações de soja, milho e feijão.

Legislação

Conforme Bezerra, nos próximos anos deve entrar em vigor uma legislação ambiental que vai normatizar o uso de dejetos de animais na lavoura. Embora a fertirrigação já seja utilizada em grande escala na cadeia produtiva do frango, muitas vezes o manejo dos dejetos não é realizado de forma correta.

O ideal, segundo os especialistas, é que a deposição dos dejetos seja feita em duas lagoas. Na primeira, o material deve ser separado em frações sólida, para compostagem, e líquida, para o biodigestor.

 

Os dejetos devem seguir, então, para a segunda lagoa, onde ocorrerá a medição das matérias orgânicas e a inserção de produtos químicos. Só então, e depois de uma maturação de no mínimo 60 dias, é que o “ouro marrom” está pronto para ser jogado no solo.

 

Folha Max, 28/09/2017

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