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Fertilizantes contribuem para melhor custo na produção de milho nos EUA comparado ao Brasil

Os produtores de milho americanos têm vantagem competitiva sobre o Brasil devido aos melhores rendimentos das lavouras em relação aos custos de produção. Um estudo elaborado por quatro economistas agrícolas dos EUA mostrou que o desembolso direto para o cultivo do grão no Estado de Illinois foi de US$ 1,96 por bushel em 2023, enquanto, em Mato Grosso, ficou o equivalente a US$ 2,24 o bushel.

Segundo artigo assinado por Joana Colussi, Nick Paulson e Gary Schnitkey, da Universidade de Illinois, e Carl Zulauf, da Universidade Estadual de Ohio, os custos gerais por acre são mais baixos no Brasil. Mas, como as lavouras americanas têm uma produtividade média bem superior, isso reduz o impacto dos custos diretos, que incluem fertilizantes, sementes, pesticidas, armazenamento, secagem e seguro agrícola.

Os dados utilizados para o estudo são da Illinois Farm Business Farm Management (FBFM) Association e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – referentes à segunda safra do grão no Estado.

Os custos diretos totais da “safrinha” em Mato Grosso aumentaram de US$ 220 o acre em 2016 para US$ 269 por acre em 2023, um crescimento médio anual de 2,9%. No centro de Illinois, os custos subiram de US$ 380 por acre para US$ 579 por acre, no período, uma alta de 6,2% ao ano na média.

“Projeta-se que os custos diretos totais diminuam no centro de Illinois para o ano-safra de 2024, liderados pelas quedas projetadas nos custos de fertilizantes a partir de 2023. Em contraste, projeta-se que os custos diretos totais aumentem 3% para a safra de milho de 2024 em Mato Grosso”, diz o texto.

Olhando-se apenas para os fertilizantes, os custos em Mato Grosso aumentaram de US$ 73 por acre em 2016 para US$ 141 por acre em 2023. No mesmo período, os custos de fertilizantes para a produção de milho no centro de Illinois cresceram de US$ 154 por acre para US$ 250 por acre.

“Em comparação com os Estados Unidos, os preços elevados e a volatilidade nos mercados globais de fertilizantes tiveram um impacto mais negativo sobre os agricultores brasileiros devido às flutuações cambiais nos últimos anos e à forte dependência das importações”, afirmam os pesquisadores.

Globo Rural, 08/01/2024.

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