Fertilizantes especiais registram crescimento de 2% em 2023
O mercado de fertilizantes especiais experimentou um novo período de expansão em 2023, reafirmando sua trajetória ascendente, embora num ritmo mai’s moderado em comparação com anos anteriores. Encerrando o ano com um aumento médio de 2%, o faturamento atingiu a marca significativa de R$ 22,642 bilhões, conforme revelado pela Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), em sua décima edição do Anuário.
Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, destaca que a decisão de compra por parte dos produtores foi adiada ao máximo em 2023, afetando, em certa medida, a logística de entrega dos insumos. Além disso, as condições climáticas, especialmente voláteis em regiões tropicais, foram influenciadas pelo fenômeno “El Niño” de grande intensidade, reduzindo a janela de plantio da soja e impactando a safra de milho subsequente.
Ao analisar o crescimento do setor, Levrero ressalta a importância dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), que nos últimos nove anos representaram, em média, cerca de 2,8% do faturamento do setor.
O Anuário da Abisolo também aponta para algumas tendências significativas, como a contração nos segmentos de Fertilizantes Organominerais (-20,7%) e Fertilizantes Orgânicos (-7,2%), enquanto as categorias Biofertilizantes (+5,6%) e Fertilizantes Minerais Especiais (+8,3%) registraram crescimento, indicando uma maior adoção de produtos considerados “premium”.
Quanto ao desempenho dos produtos, por modo de aplicação, destacaram-se aqueles destinados à aplicação via sementes (+8,47%) e via folha (+8,70%), enquanto os destinados à aplicação via solo (-1,79%) e via fertirrigação/hidroponia (-41,3%) tiveram seus faturamentos reduzidos.
No que diz respeito à distribuição geográfica, o Estado de Minas Gerais permanece como o maior consumidor de fertilizantes especiais (19,3%), embora tenha registrado uma participação ligeiramente menor em comparação com 2022. Estados como Mato Grosso (14,9%), Mato Grosso do Sul (5,9%), Espírito Santo (2,9%), Maranhão (2,1%), Santa Catarina (1,6%) e Piauí (1,5%) tiveram suas participações aumentadas. São Paulo (16,8%), Bahia (5,9%) e Rio Grande do Sul (4,6%) mantiveram-se estáveis em relação ao ano anterior.
Em suma, o crescimento do mercado de fertilizantes especiais em 2023 reflete não apenas a resiliência do setor diante de desafios logísticos e climáticos, mas também a contínua busca por inovação e a crescente adoção de produtos de alta qualidade pelos agricultores brasileiros.
O Presente Rural, 26/06/2024