Peru prevê estabilidade de produção de cobre em 2025
A produção de cobre peruana deve permanecer estável em 2025 pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com a principal associação de mineração do país, já que a queda nos teores do minério e a falta de novos projetos limitam a produção.
O país sul-americano é uma potência global em cobre, ocupando o terceiro lugar em produção, atrás do Chile e da República Democrática do Congo, que desbancou o Peru do segundo lugar em 2023.
No entanto, as piores qualidades do minério, após anos de extração, estão tornando mais difícil para as mineradoras manterem os níveis de produção, assim como um grande déficit de fornecimento de cobre está se aproximando na próxima década devido à demanda prevista por veículos elétricos e energia renovável.
A lacuna esperada colocou pressão sobre algumas das maiores mineradoras do mundo para garantir mais fornecimento por meio de aquisições massivas, como a oferta de US$ 49 bilhões da BHP pela Anglo American, que foi rejeitada este ano.
Os preços do cobre na Bolsa de Metais de Londres começaram o ano um pouco acima de US$ 8.580 a tonelada métrica e, depois de cair de uma alta recorde de mais de US$ 11.000 a tonelada em maio, estão agora em cerca de US$ 8.869 a tonelada.
A principal associação de mineração do Peru, a SNMPE, espera que a produção de cobre do país em 2025 atinja cerca de 2,8 milhões de toneladas métricas, igualando a de 2023 e o que é esperado para 2024, já que as mineradoras enfrentam recursos de qualidade inferior e gargalos de desenvolvimento para novos projetos.
“Até 2025, a produção peruana de cobre deverá ser semelhante às 2,8 milhões de toneladas esperadas para este ano”, disse Victor Gobitz, chefe da SNMPE, em uma entrevista.
Juan Carlos Ortiz, vice-presidente do Instituto de Engenheiros de Minas do Peru, disse que esperava uma produção estável devido à falta de novos projetos.
A última nova mina do Peru foi a Quellaveco, de US$ 5,5 bilhões, da Anglo American, que foi inaugurada em 2022 com capacidade anual esperada de 300 mil toneladas.
Atualmente, representa mais de 10% da produção nacional.
Na melhor das hipóteses, o Peru poderia receber um impulso do projeto Tia Maria da Southern Copper, com produção prevista para 2027, e do Zafranal da Teck Resources, previsto para 2029. Juntos, eles adicionariam cerca de 150 mil toneladas de produção anual.
As mineradoras também estão trabalhando para aumentar sua capacidade de processamento para compensar as piores qualidades do minério.
A maior parte dos US$ 3,8 bilhões investidos no setor até agora neste ano foi para plantas concentradoras e equipamentos, o que representa um aumento de 2% em relação ao ano passado.
Além disso, o uso de energia nas minas de cobre aumentou 2,3% ano a ano até outubro, de acordo com o órgão privado do setor de energia, COES.
Apesar das dificuldades do Peru, ele pode ter uma chance de recuperar seu segundo lugar global. No final de agosto, a produção do Congo caiu quase 6% em relação a 2023, deixando espaço para o Peru – queda de menos de 1% – avançar um pouco.
Mining.com, 30/12/2024.