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Importação de fertilizantes cresce em Mato Grosso no primeiro trimeste

A receita gerada pelas exportações mato-grossenses fechou o primeiro trimestre de 2017 com queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Em cifras, o resultado apontou para um total de US$ 3,27 bilhões acumulados de janeiro a março contra US$ 3,80 bilhões contabilizados em igual intervalo de 2016. Influenciaram diretamente sobre os números da pauta estadual a queda de 3,79% do dólar no primeiro trimestre deste ano na comparação anual, bem como a redução nos volumes embarcados, que passaram de pouco mais de 13 milhões de toneladas para 7,97 milhões.

Mesmo com os desdobramentos da Operação Carne Fraca, que foi deflagrada pela Polícia Federal no último dia 17 e afetou significante o mercado interno e externo de carnes bovinas em razão de fraudes apuradas no sistema de certificação sanitário nos frigoríficos, que trouxe muita apreensão ao mercado, o desempenho dos embarques programados para março, a partir de Mato Grosso, foram realizados, pelo menos, não houve decréscimo nos números. Mato Grosso não teve nenhum frigorífico citado nas investigações da Polícia Federal. Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o complexo soja, milho e o complexo carnes, nessa ordem, seguem sustentando as vendas externas mato-grossense, ao responderem juntos, por quase 90% de todo volume comercializado no primeiro trimestre.

Dos mais de US$ 3,27 bilhões gerados com as exportações, US$ 1,94 bilhão vieram com as vendas da soja em grão, carro-chefe da pauta e responsáveis por 59,21% de toda a receita acumulada no período. A soja apresenta um ganho no faturamento de pouco mais de 37%. Conforme dados do MDIC, os US$ 1,94 bilhão de janeiro a março desse ano correspondem a uma movimentação inédita de 4,90 milhões/t contra 4 milhões/t no primeiro trimestre do ano passado, quando a receita foi de US$ 1,41 bilhão.

Na comparação mensal, em relação ao realizado em fevereiro, a pauta estadual registra alta de 60% já que a receita passou de US$ 991,78 milhões para US$ 1,58 bilhão em março. Já na comparação com março de 2016 há recuo de 12,22%, pois no ano passado o faturamento foi de US$ 1,80 bilhão.

PRODUTOS – Ainda no complexo soja (grão, farelo e óleo), o óleo de soja segue, como notado desde o início do ano, bastante demandado, encerrando o primeiro trimestre com receita ampliada em 176%, adicionando ao faturamento da pauta US$ 38,76 milhões. 

O milho, que está em plena entressafra no campo, foi uma commodity muito exportada no ano passado, por haver oferta. Nesse ano, o ciclo das exportações retornou com a soja como a protagonista desse período e por isso o milho deixa um hiato no mercado. Na comparação anual há uma retração nos embarques de quase 80%. Há um ano, nesse primeiro acumulado mais de 7 milhões/t haviam sido exportadas, gerando receita de US$ 1,18 bilhão. Já em 2017, nesse mesmo intervalo, os envios somaram 1,47 milhão/t e receita de US$ 247 milhões. 

As carnes mantiveram o ritmo apresentado nos meses anteriores. Os cortes bovinos congelados fecharam o trimestre com alta anual de 12,18%, ao passar de US$ 183,36 milhões para US$ 205,70 milhões. Os cortes de bovino frescos ou refrigerados cresceram 10,53% ao somarem nos últimos três meses receita de US$ 35,46 milhões contra US$ 32 milhões. 

Os cortes de suínos congelados acumulam alta de 41,92% com receita atual de US$ 25,03 milhões contra US$ 17,63 milhões. 

As carnes de aves (galos/galinhas congelados) aumentaram 63,70% nesse trimestre em relação a igual momento do ano passado. A receita com as exportações somou US$ 21,51 milhões contra US$ 13,14 milhões. 

DESTINOS – A China permanece como o maior parceiro comercial de Mato Grosso. Fechou o primeiro trimestre responsável por 43,78% de todos os negócios realizados pelo Estado no comércio exterior. Sendo assim, dos US$ 3,27 bilhões negociados no período, US$ 1,43 bilhão foram ‘fechados’ com os chineses. No ano passado a participação deles era de 26,38% no total contabilizado pelo Estado. Em um ano, o apetite chinês cresceu 43,11%. 

No ranking dos cinco maiores parceiros de Mato Grosso estão na sequência: Países Baixos (Holanda), US$ 218,90 milhões, Irã, US$ 216,79 milhões, Tailândia, US$ 196,97 milhões e a Espanha, US$ 157,42 milhões. 

IMPORTAÇÕES – As compras cresceram 24,45%, fechando o período em US$ 361,76 milhões ante US$ 290,67 milhões. Os principais produtos importados continuam sendo as matérias-primas para os insumos agropecuários como ureia com teor de nitrogênio (+122%), cloretos de potássio (-0,33) e sulfato de amônio (+56,78%). Os principais fornecedores são Rússia US$ 60,73 milhões, Estados Unidos US$ 34,19 milhões, China US$ 32,16 milhões, Belarus US$ 30,32 milhões e o Catar US$ 22,77 milhões. 

 

Diário de Cuiabá, 06/04/2017

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