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Indústria de fertilizantes já está otimista para a safra 2017/18

Expectativas de recuperação nas margens de produtores de grãos e de culturas perenes sustentam projeções otimistas para a indústria de fertilizantes ao longo de 2017. Se as apostas se confirmarem, estará garantida uma nova alta dos insumos na safra 2017/2018.

“Se a colheita caminhar na normalidade e tudo correr bem, é muito provável que o agricultor antecipe as compras da próxima safra”, disse ao DCI o gerente de inteligência de mercado da Yara Brasil, Daniel Lopes.

No caso das commodities, o executivo da multinacional norueguesa lembra que o produtor rural está mais capitalizado nesta temporada e não houve elevação nos preços internacionais do insumo. “Essa combinação leva a uma relação de troca favorável para 2017/ 2018”, explica. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reforçou as estimativas positivas para a produção brasileira, ao indicar o recorde de 104 milhões de toneladas para a soja, contra as 102 milhões de toneladas previstas em dezembro.

Ainda não há consolidação sobre o desempenho integral da cadeia de fertilizantes em 2016, no entanto, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostra que, no acumulado do ano até novembro, as entregas ao mercado nacional cresceram 11,4% na variação anual, para 31,4 milhões de toneladas.

O departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil acredita que o segmento de adubos deve fechar 2016 com 33 milhões de toneladas entregues, um recorde.

Questionado sobre o resultado da Yara no ano passado, Lopes afirmou que os dados ainda não foram fechados pela matriz, mas sabe-se que a companhia detém cerca de 25% do mercado brasileiro e “cresceu organicamente junto com o segmento no País”.

Para este ano, o executivo não espera uma elevação do mercado na mesma intensidade, pois 2016 representou um momento de retomada após retrações vistas em 2015, mas há uma conjuntura positiva.

“Projetamos um ganho de 3% em 2017, para cerca de 34 milhões de toneladas de fertilizantes entregues, quebrando o recorde do ano passado”, estima o analista do Rabobank, Victor Ikeda. O cenário ainda deve ser impactado positivamente por uma demanda para o plantio da safrinha de grãos e pelas culturas perenes, principalmente, cana-de-açúcar, café e a citricultura.

A cana porque teve seus subprodutos (açúcar e etanol) bem remunerados nos mercados interno e externo. O café também contou com cotações em alta provenientes da quebra de safra e baixos estoques. Já os citros foram favorecidos por preços domésticos. “Na verdade, todos os perenes tiverem os indicadores internos a seu favor. A melhora no humor da indústria e do próprio produtor sugerem uma retomada nos investimentos da lavoura e aí entram os fertilizantes”, esclarece o especialista.

Em se tratando de uma onda de otimismo para este ano, Ikeda confirma que a tendência é positiva para a temporada de 2017/2018.

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O superintendente executivo de agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, ressaltou que já há recursos para o financiamento do próximo pré-custeio. “Para o produtor que quiser comprar fertilizante, que é o que se compra com mais antecipação, e tiver uma nota de pedido, nós estamos financiando já para a próxima safra”, disse a jornalistas durante evento do Rally da Safra, na última quarta-feira (11). Na ocasião, ele lembrou que o banco abrirá oito agências especializadas em lugares onde a presença do agronegócio é forte.

 

DCI, 13/01/2017

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