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Indústria de fertilizantes vê disputa crescente por minerais como o fosfato

Essencial para as lavouras, o fosfato, uma das matérias-primas mais importantes para a produção de fertilizantes, tornou-se também um insumo fundamental para a produção de baterias de carros elétricos. Com a demanda crescente nos dois segmentos, a competição pelo minério deve se intensificar nos próximos anos.

Em um relatório que apresentou a investidores em março, a multinacional de insumos agrícolas Mosaic atestou que há um forte interesse no uso da matéria-prima no mercado bilionário de baterias automotivas à base de lítio, ferro e fosfato (LFP, na sigla em inglês). Até recentemente, o fosfato servia, basicamente, à indústria de fertilizantes.

A fórmula química do fosfato usado nas baterias é a mesma das lavouras: um átomo de oxigênio ligado a três de fósforo. E, embora o fosfato seja fundamental para o crescimento de plantas e largamente utilizado em lavouras de grãos nos Estados Unidos e no Brasil, fabricantes podem priorizar o fornecimento à indústria de veículos, um negócio mais previsível do que a agricultura, afirma André Maranhão, especialista em engenharia automotiva e mestre pela Universidade de São Paulo (USP).

Para os agricultores brasileiros, isso pode representar um aumento de custo de produção, já que, atualmente, o país importa 70% do fosfato que utiliza nas lavouras. Em 2024, o Brasil importou 8,9 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados, segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda).

A Mosaic, que já demonstrou interesse em ser fornecedora de fosfato para outros setores além da agricultura, projeta que a demanda agrícola pelo insumo será de quase 80 milhões de toneladas até 2030. A empresa calcula que o consumo global do produto crescerá a uma taxa média de 1,4% ao ano até o fim da década.

Globo Rural, adaptado GlobalFert, 16/04/2025.

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