Integração da mineração de Urânio e Fosfato beneficia setor agrícola e commodities globais

O Brasil está buscando atrair empresas de mineração para reavivar sua exploração de urânio, visando capitalizar a crescente demanda global por energia nuclear. Detendo 5% dos recursos de urânio do mundo, o Brasil atualmente produz apenas uma fração de seu potencial. A INB, Indústrias Nucleares do Brasil, planeja fazer parcerias com empresas internacionais para explorar regiões ricas em urânio, com licitação programada para abrir até o final do ano.
Essa expansão na produção de urânio tem relevância direta para o setor agrícola. O projeto Santa Quitéria, desenvolvido pela produtora de fertilizantes Galvani em parceria com a INB, combina extração de urânio e fosfato. O fosfato é um ingrediente crucial em fertilizantes, e o projeto pode aumentar significativamente o suprimento doméstico do Brasil, reduzindo a dependência de importações. Se bem-sucedido, o projeto pode influenciar os preços globais de fertilizantes e as cadeias de suprimentos.
Além disso, a iniciativa do Brasil tem como alvo áreas que detêm minerais valiosos, como cobre e ouro. Esses minerais são essenciais para máquinas agrícolas e outros setores. Ao impulsionar a produção dessas commodities, o Brasil pode impactar o mercado global, oferecendo novas oportunidades para diversificação de fornecimento.
No entanto, atrasos burocráticos representam um desafio. Enquanto a Galvani espera iniciar as operações até 2028, o projeto enfrentou problemas significativos de permissão, atrasando o progresso. Apesar desses obstáculos, a estratégia de longo prazo do Brasil, para expandir tanto a produção de urânio quanto a de minerais associados, pode remodelar as cadeias de suprimentos agrícolas e os mercados de commodities globalmente.
Fertilizer Daily, 25/10/2024.