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Mesmo com incremento da indústria, Brasil ainda será líder em importações de fertilizantes na próxima década

Os investimentos da indústria de fertilizantes em novas plantas nos próximos anos devem reduzir a dependência de importação dos insumos nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) para 59% do total consumido pela agricultura brasileira em 2018. Apesar dessa perspectiva, a franca expansão do agronegócio no país deve fazer com as importações retomem força, chegando a 63% do total consumido em 2023.

Fornecedor global de alimentos, o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e figura como um dos maiores importadores do insumo no mercado internacional.

“Essa situação leva em conta os planos de investimentos como os previstos pela Vale e pela Petrobras saindo do papel”, projetou Antônio Carlos Costa, gerente do Departamento de Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) “Caso não aconteçam, o cenário pode ficar ainda pior, com uma dependência externa maior ainda”, alertou.

O cenário estimado para o consumo de fertilizantes no Brasil faz parte do Outlook Fiesp, um conjunto de análises e projeções para o agronegócio brasileiro elaborado pelo Deagro.

De acordo com o prognóstico para a próxima década, a participação da soja na demanda total do agronegócio brasileiro vai aumentar de 27% para 36%.

Já o milho representará 20%, ante os atuais 22% do consumo total, enquanto a cana-de-açúcar deverá absorver 14% do total demandado em 2023, contra 15% em 2013. Em termos absolutos, no entanto, o incremento do consumo será expressivo para essas culturas.

Fósforo

As perspectivas são mais promissoras para a produção de fósforo (P), macronutriente essencial para a nutrição de culturas agrícolas.

Segundo a Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda), a produção do insumo deve aumentar de 2,245 milhões para 4,106 milhões de toneladas, o que significa a necessidade de importar 22,2% da demanda, contra os atuais 57,4% importados.

No caso da produção de nitrogênio (N), apenas a Petrobras tem investimentos para o aumento da produção nacional. A estatal anunciou este ano a construção da unidade de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas (MS), o que deve incrementar a produção da companhia na Bahia e em Sergipe.

Maior dependência externa

Macronutriente cujas importações corresponderam a 93% da demanda total em 2012, o potássio (K) deve continuar sendo o nutriente com maior dependência externa, em termos percentuais. A produção na região de Taquari Vassouras (SE) diminuiu de 0,65 milhão de toneladas para 0,32 milhão de toneladas em 2012.

De acordo com Costa, o Governo possui um papel importante no estímulo a novos investimentos, especialmente no que se refere à maior racionalidade da incidência do ICMS, por exemplo, que atualmente privilegia o produto importado em detrimento do nacional. “Os investimentos para a implantação de novas plantas são muito altos e o prazo de maturação dos mesmos é longo, o que faz com que novos projetos ocorram somente se houver um ambiente favorável, especialmente no que tange aos aspectos tributários”, ponderou.

Agência Indusnet Fiesp, 07/11/2013

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