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Mosaic planeja acelerar investimentos no Brasil em 2024

Mesmo após dois anos apertados para o setor de fertilizantes no Brasil, a multinacional Mosaic, detém mais de 20% do mercado brasileiro no segmento, vai acelerar investimentos já iniciados em fábricas nas regiões Norte e Nordeste e vai estrear em bioinsumos em 2024.

Um dos projetos iniciados este ano foi a construção da unidade de mistura de Palmirante, em Tocantins, com aporte de R$ 400 milhões. Em 2024, a multinacional americana vai começar a produzir na unidade pequenos volumes de fertilizante em formato de elemento simples, como o cloreto de potássio, e até 2028 a fábrica atingirá capacidade total de 1 milhão de toneladas do produto ao ano.

De acordo com Eduardo Monteiro, country manager da empresa no Brasil, a planta vai reforçar a atuação na região do Matopiba (confluência entre os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), porque facilitará o descarregamento de caminhões e vagões ferroviários, o armazenamento de matérias-primas e a distribuição dos produtos.

No Complexo Industrial de Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete, em Sergipe, a Mosaic vai ampliar o beneficiamento de potássio para 450 mil toneladas em 2024 — foram 300 mil neste ano. Isso será possível após investimentos de R$ 800 milhões neste ano para manter a extração do minério silvinita, usado no beneficiamento de potássio. Os recursos foram destinados à compra de maquinários e melhoria da infraestrutura.

De acordo com Monteiro, a estrutura instalada no país justifica os investimentos da matriz americana nos mais de 20 complexos industriais em funcionamento por aqui. Ele avalia que a operação própria no porto de Paranaguá (PR) também deve apoiar o crescimento dos negócios da Mosaic. No terminal, a empresa possui capacidade de descarregar 3 milhões de toneladas de fertilizante ao ano.

Os planos de crescimento e a entrada em bioinsumos com a Mosaic Biosciences Brasil estão em linha com as projeções da multinacional para o mercado de fertilizantes em 2024. A estimativa é que as entregas de fertilizante cresçam 3% no próximo ano, alcançando 47 milhões de toneladas. A alta é tímida, mas que denota recuperação do setor, segundo Monteiro.

O cálculo contempla o aumento de demanda de fertilizante nas principais praças produtoras, em especial de algodão, cuja área de plantio deve crescer 10%, segundo a Mosaic. O plantio de algodão requer um volume de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) três vezes maior do que a soja, estima.

Para 2023, ele projeta que as entregas de fertilizante alcançarão 45 milhões de toneladas, acima das 41,1 milhões de toneladas do ano passado, indicando normalização do segmento.

Segundo Monteiro, depois de meses como outubro e novembro, marcados por extremos climáticos que atrasaram o calendário do plantio, as vendas voltaram a ficar aquecidas. “O milho safrinha é a commodity que mais sofre com o aperto da janela de cultivo, o que respingou na necessidade de tomada de decisão do agricultor. Com isso, a comercialização de fertilizantes para o cereal chegou em dezembro a 77%, mesmo patamar de 2022.”

GloboRural, 03/01/2024.

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