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Plano de subsídio ao gás do Brasil fica prejudicado em meio a pressões fiscais

Uma proposta para subsidiar o preço do gás natural usado para produzir fertilizantes nitrogenados pode estagnar devido a limitações fiscais do Brasil, disse o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), Bernardo Silva.

O sindicato, que representa empresas como a Mosaic, Eurochem e Yara no Brasil, apoia o plano, visando ajudar a reduzir a forte dependência do país de fertilizantes importados.

Pela proposta, que foi aprovada por uma comissão do Congresso nesta semana, subsídios no valor de 1,7 bilhão de reais cobririam a diferença entre o preço de mercado do gás natural e “um valor de referência” de 4 dólares por milhão de BTUs.

Para serem competitivos, os produtores brasileiros de fertilizantes nitrogenados idealmente comprariam gás natural na faixa entre 4 e 7 dólares por milhão de BTUs, disse Silva, citando estudos. A faixa de preço atual é entre 12 e 16 dólares.

O Brasil, uma potência agrícola, importa cerca de 85% do fertilizante consumido no país de países como Rússia, China e Canadá, entre outros.

A Petrobras, que anunciou planos de retomar a produção de fertilizantes, também pode desempenhar um papel fundamental na redução dos preços domésticos do gás.

A empresa atualmente reinjeta gás extraído de poços durante o processo de produção, maximizando a produção de petróleo. Mas, ao reduzir a taxa de reinjeção, a Petrobras poderia aumentar os suprimentos internos de gás natural e ainda ser lucrativa, afirma Silva.

Terra, 04/12/2024.

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