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Preço dos fertilizantes russos preocupa produtores europeus

Os produtores de fertilizantes da UE temem que o fluxo de produtos baratos provenientes da Rússia possa ameaçar a segurança alimentar na Europa, escreve o jornal britânico Financial Times.

“Neste momento estamos sobrecarregados com o fluxo de fertilizantes provenientes da Rússia, que são muito mais baratos do que os nossos fertilizantes, pela simples razão de que eles pagam cêntimos pelo gás natural em comparação com nós, produtores europeus”, disse o CEO do maior produtor alemão de amônia SKW, Stickstoffwerke Piesteritz Petr Tsingr.

Acrescentou que, a menos que os decisores políticos europeus tomem medidas, a capacidade de produção local desaparecerá.

De acordo com informações da mídia, a importação de certos tipos de fertilizantes russos para a Europa aumentou mesmo diante das sanções impostas após o início de uma operação militar especial na Ucrânia.

Por sua vez, Benjamin Lakatos, CEO da empresa suíça de energia MET Group, que em Junho anunciou a sua intenção de adquirir o controle acionário do produtor de fertilizantes do Báltico Achema, alertou que “anos de crise” estavam chegando para a indústria europeia de fertilizantes. Segundo ele, o aumento dos preços do gás e da energia afetará esta área mais rapidamente do que outras, uma vez que 70-80% dos custos operacionais dessas empresas provêm do gás natural.

A publicação salienta que a BASF reduziu significativamente as suas atividades na Europa nos últimos anos, inclusive na área de fertilizantes, e em vez disso concentrou-se em investimentos nos Estados Unidos e na China, onde os custos são mais baixos. Tsingr acredita que, mais cedo ou mais tarde, muitos, incluindo a sua empresa, poderão seguir este exemplo. Ele lembrou que a SKW Stickstoffwerke Piesteritz está negociando a possibilidade de instalar uma linha de produção de amônia nos Estados Unidos. O CEO da empresa acrescentou que sem a produção local, a UE ficaria dependente de importações de outros países, como a Rússia e a Bielorrússia, e isso teria impacto na produção de alimentos no continente.

Ria Ru, 10/07/2024.

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