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Preços do potássio deverão subir

Os nutrientes derivados do potássio que compõem fertilizantes agrícolas tendem a ficar mais caros no mercado internacional e também no Brasil, onde cerca de 90% da demanda é coberta por importações. Isso porque, diferentemente do que aconteceu no ano passado, grandes produtores já sinalizaram sua intenção de diminuir a produção e promover reajustes de preços, como confirmou na semana passada a consultoria INTL FCStone.

Os grupos Belarusian Potash Company (BPC) e Canadian Potash Exporters (Canpotex), que dominam a produção e o comércio desses nutrientes, afirmam que têm à disposição volumes relativamente pequenos para entrega nos próximos meses. O BCP era uma parceria entre a russa Uralkali e a Belaruskali, de Belarus. Mesmo que a primeira tenha deixado a sociedade, seu poder ainda é grande. Já a Canpotex é formada pelos maiores produtores de potássio da América do Norte (Mosaic, Agrium e Potash).

Para analistas, essa postura pode ser simplesmente uma estratégia para tentar elevar os preços antes da próxima negociação de contratos com a China, país que importa grandes volumes de fertilizantes. BPC e Canpotex respondem por mais de 50% da produção mundial de cloreto de potássio e por quase 80% do comércio internacional do nutriente, segundo a INTL FCStone, e os preços estão, em média, 25% mais baixos que os verificados em igual período do ano passado e 30% menores que o valor médio dos últimos três anos.

A BPC já informou que deverá reduzir o fornecimento para a América Latina – sobretudo para o Brasil -, em setembro e outubro por falta de produto disponível. A Canpotex também declarou que não terá nutrientes para entregar na região antes de outubro.

Mas tal posicionamento não deverá prejudicar tanto o abastecimento do mercado brasileiro, apesar da forte dependência local de produtos importados. Fontes do segmento afirmam que os produtores anteciparam de forma significativa as compras do nutriente para o plantio da safra de verão, que começará em setembro. Além disso, evita-se trazer o produto em setembro para fugir do pagamento de demurrage (sobre-estadia de navios no porto). O potássio que desembarcar nos portos brasileiros a partir de outubro será destinado ao plantio da segunda safra de grãos, a partir do início de 2015.

O cloreto de potássio de origem russa estava sendo ofertado, na semana passada, por cerca de US$ 380 por tonelada CIF no Brasil.

Valor Econômico, 04/08/2014

Imagem: Notícias de Mineração

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