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Dependência do Brasil de fertilizantes estrangeiros é debatida por Embrapa junto a agricultores.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), representantes de produtores agrícolas e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) destacaram a burocracia do processo de licenciamento ambiental para que o Brasil produza seus próprios fertilizantes e, assim, diminua a dependência de insumos estrangeiros.

REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. A audiência da Comissão de Relações Exteriores discutiu os principais desafios, as restrições, bem como as exigências ambientais para que o Brasil produza seus fertilizantes. Apesar da produtividade agrícola, o País importa cerca de 80% dos defensivos de que precisa, como ressaltou o senador Carlos Viana, do PL mineiro.

Todos aqui sabem da importância dos fertilizantes para o agronegócio brasileiro. Mas talvez um dado, uma informação que não seja tão ampla, de conhecimento público, o Brasil praticamente não produz fertilizantes. Apesar da amplitude do nosso agronegócio em termos de produção, somos altamente dependentes da importação desse insumo. Um assunto que interessa a todos nós, principalmente pela questão da nossa economia, o crescimento, mas também pela vocação que o Brasil tem como fornecedor de comida para boa parte do mundo.

Ao criticar as exigências internacionais de produção no Brasil e a interferência na soberania nacional, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Antonio Galvan, disse que o processo de licenciamento ambiental engessa e burocratiza o desenvolvimento de indústrias de fertilizantes do país.

Como é que uma empresa que vai se instalar, uma mineradora para você poder extrair esse produto vai aguardar a boa vontade de órgãos para poder instalar uma indústria. E nós estamos falando aqui, nada mais, nada menos, da segurança alimentar e da produção de alimentos.

O representante da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, José Carlos Polidoro, defendeu a adoção de medidas e políticas tributárias especiais para o setor, bem como investimento em pesquisa e inovação, que poderá inclusive aumentar a produção com redução de fertilizantes, e em infraestrutura logística. Também participaram do debate representantes da Associação Brasileira de Indústrias Químicas; do Instituto Brasileiro de Mineração; da Associação Nacional para Difusão de Adubos e da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil. A Comissão de Relações Exteriores voltará a debater o tema, desta vez com representantes do governo.

Da Rádio Senado, Iara Farias Borges, 27/04/2022.

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