Mercado

Saída da Petrobrás dos fertilizantes afeta preços de alimentos

A saída da Petrobrás do segmento de fertilizantes, conforme seu plano de desinvestimentos, conjugada com o aumento dos preços internacionais de insumos como gás natural e potássio, está criando um ambiente de disparada de preços que acaba afetando o preço dos alimentos

O que causa estranheza, e que até contradiz o discurso neoliberal da competitividade e de consolidação de mercados, é que ao longo dos últimos anos os preços internacionais dos fertilizantes e de seus insumos apresentam um cenário de progressão, o que justificaria a continuidade da Petrobrás no setor, ainda mais com o fator do Brasil ser um grande produtor agrícola, afinal se existe demanda, existe mercado. Mas essa máxima não prevaleceu e a gestão da Petrobrás e o Governo Federal resolveram pular fora.

A Petrobrás tinha duas fábricas de fertilizantes no Nordeste, localizadas na Bahia e em Sergipe – Fábrica de Fertilizante Nitrogenados (FAFEN-BA e FAFEN-SE), que foram arrendadas em 2020. Só essas duas fábricas respondiam por 20% da produção de uréia, um dos principais insumos que compõem a alimentação para gado.

O fato é que todo esse ambiente cria uma situação de insegurança alimentar aos brasileiros dada a alta dos preços que geram reflexos no preço final dos alimentos, como podemos constatar diariamente nos supermercados com os preços da carne e do óleo de soja.

Neste segmento específico, dos fertilizantes, é notório o quanto a saída da Petrobrás do setor causa prejuízos ao, tão protegido, agronegócio e, principalmente, à população brasileira que sente no bolso, no momento da compra de seu alimento no supermercado, o abandono de uma Petrobrás estratégica para os brasileiros, que atua na soberania alimentar, e voltada para um projeto nacional.


sindipetro, 27/12/2021
Fonte da imagem: Unsplash

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