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Votorantim vende símbolo do grupo, a Nitro Química

“A Votorantim se desfez ontem de um dos símbolos do grupo, a Nitro Química – primeira indústria totalmente brasileira.
O conselho de administração do conglomerado anunciou o repasse da empresa para o fundo de investimento e participações Faro Capital. “”Assinamos contrato de compra e venda da totalidade das ações da companhia Nitro Química Brasileira””, diz Votorantim em nota.
A empresa não revelou o valor da transação com a Faro, fundo foi criado neste ano pela BRL Trust Serviços Fiduciários e Participações – especializada em executar cobranças, com uma carteira atual de R$ 20 bilhões.
Segundo a Votorantim, a venda se deveu ao foco do grupo em se concentrar nas áreas nas quais é mais forte – como cimentos, metais e celulose, maiores responsáveis pelo lucro líquido de R$ 4,9 bilhões em 2010. “”A operação faz parte da estratégia de ajustar o portfólio visando fortalecer e investir nos segmentos considerados nosso core business””, afirma a nota.
Com a venda, a Votorantim coloca um ponto final em um pedaço importante de sua história como conglomerado nascido da indústria têxtil nos início do século 20.
Trazida dos EUA, em 1935, pelos sócios José Ermírio de Moraes e Wolf Klabin, a Nitro foi passo importante para então fabricante de tecidos Votorantim ter produção própria de fios sintéticos.
À época, conforme o escritor Jorge Caldeira no livro Votorantim 90 anos: Uma história de trabalho e superação, a ditadura Getúlio Vargas pressionou pelo fim importação de insumos. A decisão levou à decisão de comprar a estrutura da então falida Tubize Chatillon, produtora de seda sintética.
A unidade foi instalada no bairro de São Miguel Paulista, em São Paulo, onde ainda opera. Com o tempo, a Nitro adicionou outros produtos ao portfólio – caso da resina de nitrocelulose usada desde a pintura automotiva até o acabamento de peças de couro. A empresa também produz ácido sulfúrico, empregado na produção de fertilizantes. Em 2010, a Nitro Química registrou receita de R$ 270 milhões.”

Brasil Econômico, 11/11/2011

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