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Yara revê projeção para queda de 1% a 3% nas entregas em 2017

O atraso na comercialização de grãos da safra 2016/2017 por causa dos preços mais baixos vai se refletir na entrega de fertilizantes, que pode cair entre 1% e 3% ante o ano passado, estimou o presidente da Yara Brasil Fertilizantes, Lair Hanzen. Em conversa com o Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante o 7º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado nesta terça-feira, 29, em São Paulo, ele disse que os resultados da companhia costumam acompanhar o desempenho do mercado. Como o ano foi de safra recorde, havia uma projeção de crescimento da demanda por fertilizantes. “Começamos com uma expectativa muito alta, depois de resultados bons em 2016 e preços remuneradores nas principais culturas. A conjuntura sinalizava mais um ano positivo para a agricultura e, por consequência, aos fertilizantes. No entanto, os preços de algumas commodities recuaram, assim como o valor dos insumos, e, como o produtor estava capitalizado, pôde postergar as compras”, explicou Hanzen. “Podemos estimar que, diferentemente do que esperávamos, não teremos crescimento no consumo de fertilizantes durante o ano ou haverá redução”, enfatiza.

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) é mais otimista. No mesmo congresso, o presidente do conselho de administração da entidade, Carlos Henrique Dantas Heredia, disse que a expectativa é de vendas estáveis neste ano, em linha com as 34,1 milhões de toneladas entregues ao consumidor final em 2016.

Conforme o executivo da Yara, o que pode mudar o cenário e impulsionar as vendas de fertilizantes será a segunda safra de milho, em fase final de colheita. Se o produtor esperar para negociar o cereal e obtiver preços mais remuneradores poderá investir mais em tecnologia para a safra 2017/18. “Nas demais culturas, as principais negociações já foram feitas. (Para o setor de fertilizantes) boa parte do ano já está definida”, acrescenta o presidente da Yara.

Segundo Hanzen, os resultados financeiros da safrinha serão mensurados em meados de novembro. Até o momento, os preços são pouco atrativos para o agricultor. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as cotações do milho encerraram a semana passada em queda 1,60% ante a anterior, a R$ 12,08/saca. Para os contratos que serão entregues em julho de 2018 o recuo é de 9,1%, a R$ 13,77/saca.

Apesar das projeções negativas para 2017, o presidente da Yara afirma que, ao longo dos últimos 20 anos, o setor de fertilizantes do Brasil tem um crescimento médio de 3% ao ano, que representa aproximadamente 1 milhão de toneladas/ano. Para ele, pode-se de dizer que 2018 trará recuperação.

 

Isto É, 29/08/2017

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