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Australiana Minbos investe US$ 25 milhões na produção de fosfatados na Angola

A Minbos Resources Limited, empresa australiana, pretende iniciar a construção de uma fábrica de fertilizantes em Cabinda ainda este ano, com o objetivo de começar a produção antes da época de plantio de 2025, informou o diretor Graeme Robertson.

Após garantir um financiamento de 14 milhões de dólares da Industrial Development Corporation (IDC) da África do Sul, a Minbos obteve também 10 milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), de acordo com a agência Lusa.

“O FSDEA se interessou pelo projeto porque ele pode transformar a indústria agrícola de Angola, eliminando a necessidade de importar fertilizantes e seus custos, além de gerar um produto exportável”, destacou Robertson, em Londres, durante o FT Africa Summit 2024.

Os restantes 42 milhões de dólares para financiar o projeto virão dos recursos próprios da Minbos, que, apesar de ser uma empresa australiana, criou uma sociedade nas Maurícias para este empreendimento. Segundo Robertson, o FSDEA detém 22% do capital do projeto, e a empresa está em negociações com o Banco BAI para obter capital de giro e serviços financeiros.

“Assim que os fundos estiverem disponíveis, vamos direcioná-los diretamente para a construção da fábrica. Já temos cerca de 10 milhões de dólares em equipamentos comprados nos Estados Unidos, que estão armazenados em Angola”, afirmou.

Robertson ressaltou a urgência de iniciar a construção para evitar o impacto da época das chuvas, que poderia atrasar o cronograma.

O projeto nasceu de uma descoberta de fosfato em Cabinda, onde a Minbos assumiu a prospeção da mina de Cácata, localizada a 50 km do Porto de Cabinda, após uma descoberta anterior por uma empresa israelita.

A fábrica será construída em Sunbantando, a meio caminho do porto, e os trabalhos preparatórios já começaram. A Minbos planeja produzir inicialmente 100.000 toneladas de fertilizante por ano, com o objetivo de dobrar essa capacidade em 2026 e alcançar 400.000 toneladas anuais nos anos seguintes.

Nos últimos cinco anos, a empresa tem realizado testes rigorosos com o fosfato, confirmando sua viabilidade. Durante esse período, também negociou a compra de energia hidroelétrica excedente, de 100 a 200 megawatts, que será usada para a produção de amoníaco verde.

“Isso será crucial, pois o amoníaco verde abrirá portas para exportações. Cerca de 50% do amoníaco será usado na indústria de explosivos, e o restante será destinado à produção de superfosfato”, explicou.

Agroportal, 05/11/2024.

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