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Uralkali quer mais espaço no mercado brasileiro de potássio

Ganhar vendas no Brasil, que tem o mercado de cloreto de potássio dominado por Canadá, Israel, Alemanha e Bielorrússia é o grande desafio da Uralkali, maior produtor dessa matéria prima de fertilizantes, disse Oleg Petrov, o chefe de Vendas e Marketing da Uralkali, hoje em Moscow.

O executivo disse que o Brasil importou cerca de 2 milhões de toneladas de potássio em setembro e outubro deste ano. No mês de outubro, a empresa russa vendeu cerca de 200 mil toneladas de potássio para o Brasil, um de seus maiores clientes.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apontam que em 2012, o Brasil importou 7,04 milhões de toneladas de cloreto de potássio. Até setembro deste ano, o volume chegou a 5,93 milhões de toneladas.

A Uralkali espera que, em 2014, haja um novo recorde nas vendas de fertilizantes, já que uma baixa nos preços deverá estimular as vendas.

“Nós esperamos que, no ano que vem, a demanda global por potássio irá crescer e deverá atingir entre 58 milhões e 60 milhões de toneladas”, disse Petrov, em uma entrevista em Moscou.

Desde que a Uralkali deixou o cartel Belarusian Potash (BPC), o mercado vem se tornando mais “saudável”, com preços entre US$ 320 e US$ 330 a tonelada em vários mercados, desde a China até o Brasil, disse Petrov. “Os agricultores estão felizes com os preços atuais e eles não esperam que caiam ainda mais”, disse.

Os preços vêm caindo desde o começo de 2012 e chegaram a cerca de R$ 320 a tonelada em setembro, o mais baixo em três anos. A saída da Uralkali do cartel, no dia 30 de julho, culminou a prisão do CEO da Uralkali, Vladislav Baumgertner, no dia 26 de agosto, por parte do governo de bielorrusso, sob a acusação de abuso de poder. Até hoje ele se encontra em prisão domiciliar, em Minsk.

A Uralkali tem operado em plena capacidade desde agosto deste ano e espera vender 13 milhões de toneladas de potássio no ano que vem. O CEO da Potash Corporation da Saskatchewan, Bill Doyle, disse na última semana, que a decisão da Uralkali de aumentar o volume de vendas em detrimento dos preços tem sido autodestrutivo e é a “coisa mais estúpida” que ele já viu.

“Nós tentamos evitar a quebra da BPC ”, disse Petrov em resposta hoje. “No final, isso se tornou difícil de sustentar, enquanto toda a indústria se apressava para ter uma participação no mercado, em detrimento de clientes e acionistas”, disse. “Nós ficamos surpresos ao ler comentários de pessoas da indústria que, de alguma forma, ajudaram nessa crise”, afirmou Petrov.

A nova estratégia tem dado certo, disse Petrov. “Nós vendemos cerca de 850 mil toneladas de potássio em setembro e quase 900 mil toneladas em outubro”, afirmou. Das vendas de outubro, cerca de 200 mil toneladas foram vendidas para a Índia e quantidade similar para o Brasil.

A Uralkali também vendeu cerca de 150 mil toneladas na Rússia e exportou “bons volumes” para a China. Com informações da agência Bloomberg.

Notícias de Mineração Brasil, 01/11/2013

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