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Verde Potash obtém certificação para o termopotássio

A empresa de fertilizantes Verde Potash, listada na bolsa de Toronto (Canadá) e com projetos no Brasil, anunciou nesta segunda-feira que o termopotássio da companhia foi aprovado para uso em cultivos orgânicos pela certificação IBD, a maior da América Latina. A companhia pesquisa o produto desde 2009. 

A companhia afirma que o cloreto de potássio (KCl), produto com maior concentração do nutriente usado em fertilizantes, não é certificado para o uso em lavouras orgânicas.

A Verde também informou, em comunicado, que o mercado brasileiro de produtos orgânicos em 2012 foi avaliado em aproximadamente R$ 750 milhões, com base em dados do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD). O IPD estima crescimento das vendas neste mercado entre 20% a 25% por ano, nos próximos cinco anos. Em 2014, as vendas devem totalizar R$ 1 bilhão (US$ 440 milhões), conforme o instituto. Os principais produtos orgânicos produzidos no Brasil incluem açúcar, óleo de palma, frutas e sucos.

Cristiano Veloso, presidente e CEO da Verde Potash, disse que a certificação vai permitir oferecer o termopotássio para um número crescente de produtores de culturas orgânicas no Brasil. “Os produtores de orgânicos produzem um produto ‘premium’ e estão dispostos e capazes de pagar alguns dos preços mais altos para os insumos”, afirmou em comunicado.

O termopotássio é um fertilizante multinutriente de liberação controlada. Foi adaptado para fornecer potássio, cálcio e silício, entre outros nutrientes.

O cálcio aumenta os níveis de PH dos solos, atenuando a alta acidez encontrada em quase toda a região do Cerrado no Brasil. Em 2012, os produtores brasileiros gastaram centenas de milhões de dólares para aplicar cerca de 30 milhões de toneladas de calcário para tratar a acidez do solo, afirma a companhia.

O silício melhora a resistência das plantas a insetos e fungos, consideração importante para os agricultores orgânicos que não podem usar agroquímicos, diz a Verde. Em junho deste ano, o termopotássio foi credenciado pelo Ministério da Agricultura como potássio para fertilizante, tornando-o habilitado para a venda no país.

A Verde anunciou em agosto deste ano uma nova estratégia para a produção de potássio no Brasil. A primeira contempla a construção de uma planta com capacidade de produção de aproximadamente 1 mil toneladas por dia de “ThermoPotash” (termopotássio). A unidade industrial também vai processar o cloreto de potássio.

A segunda fase, desenvolvida paralelamente com a primeira etapa, focaria a produção em larga escala de cloreto de potássio. A Verde estima a publicação de um estudo de pré-viabilidade para as fases 1 e 2 no primeiro trimestre de 2014, de acordo com comunicado divulgado há três meses. 

Valor Econômico, 26/11/2013

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