Negócios

Yara confirma interesse em ativos da Petrobras

Após perder os ativos de fosfato da Vale Fertilizantes para a Mosaic, a multinacional Yara segue em busca de aquisições no mercado brasileiro. O presidente da Yara Brasil, Lair Hanzen, afirmou em entrevista ao Valor que a companhia quer crescer no país em produção e que os ativos nitrogenados da Petrobras, e até mesmo os remanescentes da Vale, em Cubatão (SP) seguem no radar da empresa. “A gente sempre está monitorando. Olhamos os ativos da Petrobras e da Vale há dez anos. Em algum momento, pode ser que haja uma oportunidade que traga os interesses deles junto com os nossos”.

Desde 1977 no país, a Yara consolidou sua presença no país em 2013, quando adquiriu o negócio de fertilizantes da Bunge. No ano passado, o Brasil representou 30% das 36,2 milhões de toneladas produzidas pela Yara todo o mundo e 25% – ao redor de US$ 2,9 bilhões – da receita global de US$ 11,6 bilhões foi originada no país.

“Olhamos o Brasil como um mercado muito importante. É um país que está crescendo mais rápido no mercado de fertilizantes do que o restante do mundo e gostaríamos de participar desse crescimento”, disse Leif Teksum, presidente de conselho de administração da Yara Internacional. Nos últimos dez anos, a empresa investiu cerca de US$ 2 bilhões no país, que inclui a compra de 60% da Galvani, que marcou o ingresso da Yara na produção de fosfatados no Brasil.

Com grande participação na distribuição, a Yara busca avançar na produção. “Fazer aquisições em distribuição no Brasil não faz muito sentido para nós. Já temos um tamanho que a gente entende ser adequado. A gente pode eventualmente fazer aquisições regionais, como fizemos em Goiás no ano passado como alternativa a construir nova unidade”, observou Hanzen.

Um possível crescimento em produção passaria, necessariamente, pelos ativos de fertilizantes nitrogenados da Vale e da Petrobras. “O que sobra de ativos [de fertilizante] no Brasil é na área de nitrogênio, que são as unidades que estão nas mãos da Vale e da Petrobras. Esses são ativos que a gente como uma empresa global sempre vai estar olhando”, afirmou Lair Hanzen.

Em nota, a Petrobras confirmou que as unidades de fertilizantes fazem parte da intenção de desinvestimento da companhia.

Na entrevista ao Valor, o presidente do conselho da Yara Leif Teksum disse que a decisão sobre possíveis novas aquisições passará por uma análise bem criteriosa. “Somos uma empresa muito sólida, mas mesmo assim o investimento tem de provar que dará um bom retorno, e muito dos investimentos que fazemos são de longo prazo”, concluiu.

 

Valor Econômico, 09/03/2017

 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo