Novas Tecnologias

Das águas residuais aos fertilizantes de alto valor agregado

As estações de tratamento do futuro não serão apenas instalações onde as águas residuais serão purificadas. No século 21, as estações de tratamento de efluentes, além de eliminar os poluentes, vão regenerar as águas residuais para reutilizá-las e recuperar os nutrientes que transportam para transformá-las em fertilizantes, biocombustíveis ou compostos para a indústria química e farmacêutica.

Portanto, alguns já começam a chamá-los de “as novas biorrefinarias”. Esta visão já não é invertida e está perfeitamente alinhada com o novo paradigma da economia circular promovido pela Comissão Europeia para fechar ciclos e fluxos económicos através da poupança de recursos e redução do desperdício.

Projeto DigesTake

Um consórcio composto por 10 universidades, centros tecnológicos e empresas na Catalunha realizará este projeto de pesquisa industrial chamado DigesTake para aplicar esses princípios à digestão anaeróbica de lodo de esgoto urbano.

Esse processo, necessário para evitar a proliferação de bactérias infecciosas e maus odores, gera três correntes: uma fase sólida, com o lodo estabilizado; uma fase gasosa, formada por uma mistura de dióxido de carbono e metano; e uma fase líquida ou “digerida” com alto teor de nutrientes (principalmente carbono, nitrogênio, fósforo e potássio) que podem ser usados ​​para a obtenção de fertilizantes.

A DigesTake (Recuperação e valorização de recursos urbanos digeridos no âmbito da economia circular) investigará a recuperação e valorização de recursos tanto de efluentes líquidos como de gás. Assim, pretende-se converter o dióxido de carbono do biogás em compostos orgânicos com alto valor agregado (butirato e caproato) através de sistemas bioeletroquímicos.

Em relação à fração líquida, o projeto irá desenvolver e validar dois processos alternativos para recuperar o fósforo na forma de fertilizante sólido através da cristalização de estruvita, um deles usando subprodutos de mineração; um processo de produção de fertilizantes líquidos ricos em amônio por meio de sistemas de adsorção-dessorção com zeólitas e contatores de membrana; um processo para eliminar o excesso de nitrogênio com baixo consumo de energia sob condições microaerofílicas; e novos processos de osmose direta para regenerar a água e valorizar um concentrado orgânico de nutrientes.

Por fim, serão realizadas atividades de pesquisa transversal, como o desenvolvimento de um novo sistema de sensores para monitorar a concentração de compostos de fósforo, ou a avaliação econômica e ambiental de todas as tecnologias investigadas.

Orçamento e parceiros do consórcio

O projeto tem um orçamento de 2,1 milhões de euros e será realizado em três anos e meio, durante os quais serão realizados experimentos em escala de laboratório e em escala piloto.

Aguas Residuales, 12/11/2018

 

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