Produção

Agroplanta investe em fertilizantes diferenciados

A Agroplanta, empresa de fertilizantes com sede em Batatais (SP), onde conta com três unidades de produção, elevou a aposta no desenvolvimento de produtos inovadores e adaptados à agricultura brasileira para ampliar vendas e margens nos próximos anos.

Há 36 anos no mercado, a companhia hoje tem como carro-chefe a produção de micronutrientes em pó e granulados para indústrias e misturadoras de adubos. Mas também atua nas áreas de fertilizantes foliares e ingredientes para ração.

Com faturamento anual de R$ 80 milhões e capacidade para granular 250 mil toneladas de fertilizantes por ano, a Agroplanta tem crescido 10% ao ano, afirma seu presidente, Christovam Garcia Prado Fernandes. Mas a ideia é que essa média aumente.

Desde 2009, a empresa investiu R$ 25 milhões em recursos próprios para fortalecer suas pesquisas em busca de produtos diferenciados. Sete projetos que desenvolveu foram aprovados em uma fase preliminar do programa Inova Agro, do BNDES e da Finep. Para continuar no páreo, a Agroplanta entregará em dezembro um plano de negócios detalhado para esses projetos, e saberá se conseguirá os recursos para financiá-los em fevereiro.

De acordo com Fernandes, serão necessários aportes entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões em 2014 para adequações e aquisição de novos equipamentos para a fabricação dos produtos. Um deles – um fertilizante de liberação controlada, ou “inteligente” – já está em testes em áreas de soja, milho, café e algodão.

A produção experimental dessa novidade teve início neste semestre. Conforme o executivo, apenas cinco empresas estrangeiras produzem variedades desse tipo de fertilizante, mas voltadas à agricultura de regiões de clima temperado.

Nesse conceito, os grânulos de NPK – nitrogênio, fosfato e potássio, principais macronutrientes usados na fabricação de adubos – são encapsulados com um revestimento com polímeros biodegradáveis. A tecnologia permite que a planta receba uma quantidade adequada de nutrientes, sem desperdício. Por isso, é possível reduzir em 30% a 50% o volume de NPK utilizado.

Também são produzidos diversos “blends” que possibilitam sincronizar a liberação dos nutrientes de acordo com a duração do ciclo de cada cultura. E é necessária apenas uma aplicação de todo o adubo no início do plantio, ante seis adubações na cultura do algodão, por exemplo.

Outros projetos de novos produtos da Agroplanta envolvem fertilizantes revestidos com cálcio, enxofre e ácido húmico – substâncias que ajudam a melhorar a “vida microbiológica” do solo -, além de organominerais e aditivos para tornar homogênea a mistura de NPK com micronutrientes.

A empresa também desenvolveu, com nanotecnologia, fertilizantes para aplicação via solo ou foliares. Um equipamento transforma todas as partículas em nanopartículas – quanto menor a substância, mais ela consegue penetrar nos estômatos (poros) da folha -, e o produto permite uma concentração maior de nutrientes em um menor volume, o que garante um melhor aproveitamento pela planta.

Outra aposta da companhia é o mercado de defensivos agrícolas orgânicos, produzidos a partir de biomassa vegetal e extrato de ervas. A expectativa da Agroplanta é que esses defensivos “verdes” possam ser lançados em 2015.

Valor Econômico, 29/11/2013

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