Produção

Ajinomoto irá fornecer adubos para estudos no programa de recuperação de pastagens

Tradicionalmente conhecida na indústria de alimentos por seus temperos, a japonesa Ajinomoto também atua no agronegócio, com a fabricação de fertilizantes minerais e organominerais. E os adubos da empresa produzidos no Brasil serão utilizados nos primeiros estudos práticos do programa nacional de recuperação de pastagens degradadas.

“Fomos selecionados pelo governo japonês para ser um dos parceiros nesse projeto”, afirma Masaki Kaneko, diretor de Agronegócios e Food Ingredients da Ajinomoto do Brasil.

Segundo ele, a empresa não investirá recursos diretamente no projeto, mas vai fornecer bioestimulantes para serem usados na regeneração de terras cultiváveis em uma fazenda-modelo. Lá serão mensurados alguns dos primeiros resultados do programa.

Os volumes ofertados e períodos de aplicação ainda estão em discussão. A vigência do projeto com a Ajinomoto começa neste mês e vai até março de 2026.

De acordo com Cesar Augusto Vilela, gerente de Agronegócios da Ajinomoto do Brasil, o processo de produção de fertilizantes da companhia tem o formato de um “biociclo”. O bioestimulante é feito a partir da cana-de-açúcar, como um coproduto do processo industrial da linha de temperos.

“Após a moagem da cana, adicionamos uma bactéria de fermentação dentro do caldo e desse processo extraímos aminoácidos. Adicionamos micro e macronutrientes nesse caldo, que é bom para a agricultura, e em outra empresa seria desperdiçado”, diz Vilela.

Esse caldo enriquecido é a base para os 14 tipos de adubos da empresa. São usados em lavouras de cana ou outras culturas que usem aminoácidos. “A gente pode dizer que o produto vem na cana, dá a volta na produção toda e volta pra cana”, afirma.

A Ajinomoto tem quatro fábricas de fertilizantes em São Paulo. Cerca de 40% do insumo vai para o segmento de frutas, sobretudo uva, manga e banana. Há também fornecimento para cultivos de café, grãos, eucalipto e pastagem.

No ano passado, a Ajinomoto do Brasil faturou R$ 3,5 bilhões, divididos entre os negócios de nutrição humana, food ingredientes, nutrição animal, higiene/ beleza/ farmacêutico, e o agronegócio.

A Ajinomoto também produz fertilizantes na Tailândia, Vietnã, Indonésia, Peru e Espanha.

Globo Rural, 03/04/2025.

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