Cibra quer produzir mais fertilizantes no Brasil com automação e sustentabilidade

Projeto para 2025 é investir em aumento de eficiência das 13 fábricas para aumentar a produção, sem ter que crescer em mão de obra e gastos operacionais elevados.
Nos últimos quatro anos, a Cibra está dando um gás nos negócios, investindo para ganhar escala no Brasil e atingir uma comercialização de adubo de mais de 4 milhões de toneladas até o fim do ano. Em 2024, a produção ficou em 3 milhões de toneladas.
A empresa de fertilizantes, com sede em Camaçari (BA), tem mercado sólido na região do Matopiba, mas quer ampliar a participação de mercado no Centro-Sul, como aconteceu nos Estados de Minas Gerais e, mais recentemente, instalação de maior capacidade industrial em Mato Grosso.
Até o final de 2026, a Cibra pretende investir R$ 1,5 bilhão nas fábricas que já tem, sem projeção de abrir novas ou fazer aquisições com outras empresas. Para isso, adoção de tecnologia e automação, de práticas de recuperação de água de chuva, instalação de energia solar e iluminação indireta são algumas das ações para aumentar o volume de produção de adubo, sem ter que custos com mais mão de obra.
Uma das unidades-modelo é a de São Luís, no Maranhão, que hoje chega a produzir 800 mil toneladas de insumos no mesmo espaço de uma planta menos tecnológica que produz entre 400 mil e 500 mil toneladas. Nos últimos seis anos, a Cibra investiu mais de R$ 100 milhões na área ambiental, que está dentro do escopo de ESG, conta Pessan.
Dependência de fertilizantes
O Brasil depende de aproximadamente 85% a 86% de fertilizantes importados, sendo fósforo e potássio os principais itens importados, segundo a Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda). Em 2023, aumentaram as importações entre 5% e 7% e também a produção nacional, mas ainda insuficiente para suprir a demanda interna.
O mercado, apesar de estável, segue volátil por fatores cambiais e geopolíticos — sobretudo em fósforo e potássio. O ambiente propicia entrarem no radar da Cibra possibilidades de crescimento — tanto via maior fatia de mercado domesticado (redução de importações) como via digitalização e novos produtos diferenciados.
Globo Rural, 25/06/2025.