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A transformação de nutrientes de maneira sustentável em verdadeira segurança alimentar

Existe uma preocupação crescente quanto ao papel dos fertilizantes na segurança alimentar das nações. Em um cenário de crescimento populacional que pressiona, ano a ano, a produção de alimentos, a manutenção da saúde e potencial produtivo dos solos depende, diretamente, da reposição dos nutrientes que são retirados das lavouras pelas colheitas.

Neste novo cenário, de um lado, o mundo demanda alimentos e enxerga os países de agricultura tropical como grandes motores para a sua produção. De outro lado, a agricultura tropical atende à necessidade adicional de alimentos do mundo, mas, pela natureza dos seus solos, necessita do aporte de fertilizantes que têm origem, em sua maioria, em países do hemisfério norte.

Muito tem se discutido sobre a suposta necessidade de autossuficiência dos países, tanto em relação a alimentos quanto a fertilizantes. O que a experiência recente tem mostrado, entretanto, é que mesmo nações que produzem mais alimentos ou fertilizantes do que necessitam não podem ser consideradas autossuficientes. Os produtos e insumos disponíveis e os padrões de consumo nem sempre permitem com que esta conta feche da melhor maneira possível. Os fatores que permitirão ter segurança alimentar, ou seja, alimentos em quantidade e qualidade adequados para as populações dos países serão o aumento de produtividade das culturas e o acesso ao comércio global. E são, justamente, esses pontos que apresentam grandes oportunidades para que o Brasil se posicione como um “transformador sustentável” de nutrientes e fornecedor de produtos agrícolas.

Um exemplo desse potencial de transformação sustentável de nutrientes do Brasil está no plantio de soja. Somos o maior produtor e exportador do mundo desta oleaginosa. Para a sua produção, utilizamos fertilizantes que são parte feitos no Brasil e parte importados. Para efeito de demonstração, vamos nos ater ao caso do fósforo, em que 55% do consumo nacional depende de importação. Na safra 2019/20, exportamos cerca de 100 milhões de toneladas de grãos e farelo de soja para diversos países. Usando alguns parâmetros agronômicos para a cultura – e, também, contando com uma boa dose de estimativa – considera-se que foram utilizados cerca de 2,2 milhões de toneladas de fósforo, como adubo, para produção da soja, e próximo a 1,3 milhões de toneladas desse nutriente saíram de nossos solos e foram exportados dentro dos grãos.

Vamos, agora, à ideia central sobre transformar nutrientes de forma sustentável. Consideremos que das 2,2 milhões de toneladas de fósforo necessárias para a produção da soja, teoricamente, cerca de 1,2 milhão de toneladas foram de origem importada (55%). Este volume é, a grosso modo, a mesma quantidade de fósforo (1,3 milhões de toneladas) exportadas pelos grãos de soja. Ou seja, o nutriente que entrou na sojicultora brasileira na forma de fertilizante importado saiu na forma exportação de alimentos. E um ponto importante: o saldo de fósforo utilizado (1,1 milhão de t), ao qual podemos considerar como extraído e produzido no Brasil, ficou em nossos solos, incrementando a fertilidade e proporcionando a manutenção do potencial produtivo. E, da mesma forma, conforme novas áreas de cultivo, como pastagens degradadas, por exemplo, vão sendo incorporadas ao sistema, mais os insumos nacionais poderão contribuir para a correção da saúde do solo e, com o tempo, maior será a eficiência de uso de nutrientes de outras geografias que aqui serão aportados para ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa.

Da mesma forma que foi demonstrado para soja, o efeito de transformação de nutrientes pode ser estendido, em diferentes níveis, para as mais diversas culturas. Mas, independentemente da cultura ou região, um ponto é certo: a sustentabilidade da produção e, consequentemente, a segurança alimentar não estão em ter a propriedade sobre todos os insumos, mas sim, em utilizá-los – de onde quer que venham – de forma eficiente. E a cada passo que dermos em direção ao aumento de eficiência de uso dos nutrientes nas adubações, pelo uso de fertilizantes de performance e novas tecnologias, mais perto estaremos em garantir a verdadeira segurança alimentar para os 10 bilhões de pessoas que estarão no planeta em 2050.

Sobre a Mosaic:

Mosaic Fertilizantes é uma empresa desenvolve produtos como o Performa, linha de fertilizantes de alto desempenho e que combina o que há de mais avançado em tecnologias para proporcionar a maior eficiência das adubações e aumentar a sustentabilidade da produção. A linha Performa possui o melhor das tecnologias Mosaic em fertilizantes – MicroEssentials, Aspire e K-Mag – contendo macro e micronutrientes em teores equilibrados e com disponibilidade imediata e gradual de nutrientes e alta uniformidade, proporcionando alto rendimento operacional e distribuição eficaz a campo. E, todas estas características e benefícios geram incrementos na absorção de nutrientes, melhor nutrição das lavouras e resultam em incrementos de produtividade, como exemplo, para a cultura da soja de até 8 sacas por hectare em relação a adubações convencionais. Performa foi desenvolvido para nutrir as lavouras do início ao fim do ciclo e auxiliar na construção da fertilidade dos solos resultando em sistemas produtivos cada vez mais eficientes e sustentáveis.

Flávio Bonini, Gerente de Serviços Técnicos da Mosaic Fertilizantes

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