Entrevista exclusiva com Vinícius Silva, Vendedor da AGI Brasil.

Confira a entrevista exclusiva do GlobalFert com Vinícius Silva, vendedor da AGI Brasil, contando sobre as novidades da empresa para o setor em 2024.

GlobalFert: Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um conteúdo exclusivo Global Fert. Eu sou o Lucas Curti e tenho a honra de estar na presença de Vinícius Silva, técnico em mecânica industrial pela Etec, formado em engenharia mecânica pela Unip. Hoje faz parte do time da AGI Brasil, voltado para a área de vendas ao agronegócio dos produtos da empresa. Vinicius, muito obrigado pela sua pela sua participação!

Vinicius Silva: Obrigado Lucas pela oportunidade de poder falar um pouquinho aqui, mostrar um pouco do que AGI tem a oferecer. Eu sou formado em engenharia mecânica e tive a oportunidade de compor o time da AGI em 2023, que foi quando a AGI decidiu estruturar e investir mais no segmento fertilizantes no Brasil. A AGI é uma empresa de capital aberto na bolsa de Toronto, no Canadá, é uma multinacional que cresceu por meio de aquisições.
Assim, AGI se deu por um grupo de investidores que foram comprando marcas de equipamentos que tem seu sucesso no agronegócio. A maioria das fábricas estão nos Estados Unidos, mas nós temos unidades no Canadá, e temos aqui no Brasil também. A operação Brasil é uma das maiores. Agora a Índia passou este número, mas uma das maiores fábricas da AGI mundial é a do Brasil. Hoje nós contamos com um pouco mais de 1.000 colaboradores, uma fábrica que roda 3 turnos e é de alta produtividade, bastante tecnológica, portanto muita produtividade nos equipamentos. Nós estamos presentes mundialmente, na Europa, na Índia, na Austrália, Brasil, Estados Unidos e Canadá, que foi onde nasceu.

Então, a operação Brasil começou com a compra da AGI Brasil em 2016, que é o mesmo ano que a AGI comprou a Yargus, que é quem desenvolveu a linha de equipamentos de fertilizantes. A Yargus era uma empresa familiar nos Estados Unidos, em Marshall, e cresceu, eles estão desde a década de 60, com fabricação de equipamentos para fertilizantes e em 2016, foi vendida para a AGI.

Em 2019, começou-se a transferência de tecnologia para podermos fabricar esses equipamentos aqui no Brasil e hoje o nosso sistema principal de mistura para fertilizante é todo fabricado no Brasil, com toda a fabricação nacional.

GlobalFert: Legal, muito, muito legal saber de toda essa história. Vinícius, e aí, para darmos início ao nosso bate papo, queria saber de você hoje, como que a AGI entende a grande necessidade de aumentar o armazenamento de grãos no Brasil? E quais seriam os benefícios disso para os produtores e para o país em si? Ou seja, a gente ter uma ampliação da parte de armazenamento de grãos aqui no mercado nacional.

Vinicius Silva: É algo comum do pessoal do mercado de grãos. É sabido que a gente tem um déficit de armazenagem grande da parte de grãos, e eu acho que essa procura dos produtores pelo aumento da capacidade de armazenagens táticas deve acontecer bastante, porque o produtor acaba sem armazenagem e fica refém do mercado. O mercado sabe desse déficit e explora isso.

Ele (o mercado) sabe que muitos acabam vendendo, não por não ter armazenagem, mas porque precisa cobrir os custos do seu plantio, ou da sua colheita. Mas muitos acabam vendendo ou pagando uma armazenagem terceirizada por não ter como guardar, por não ter armazenagem. Então, a moeda do produtor é o grão, e a armazenagem é a poupança. Se ele pode deixar ali e está mantendo os grãos nas condições adequadas de venda, então ele não está tendo perca de preço. Isso acontece com o pessoal, joga o grão no chão mesmo, quando sabe que está num período de estiagem que não vai chover. Então, você vai armazenar seus grãos de maneira adequada e não vai ter a perca no preço dele na hora da venda e com armazenagem. Você vai conseguir escolher o melhor momento para vender, salvo quando você precisa para cobrir algum custo. Se você não precisa daquele dinheiro naquele momento, você espera a commodity melhorar o preço para você melhorar suas margens. Então, eu vejo armazenagem como uma busca de autonomia que o produtor deve continuar seguindo para não ficar refém do mercado.

GlobalFert: Perfeito! Casando um pouco com isso que você bem trouxe, a gente vem vendo nos últimos meses até uma certa queda na relação de troca entre alguns grãos e alguns insumos agrícolas, não é? Na sua visão de armazenagem, o papel do armazenamento de grãos nesse cenário seria mais entorno disso, do produtor ter um respaldo?

Vinicius Silva: Sim, ele vai ter essa poupança. Ele pode ver uma boa oportunidade de venda, tanto se o preço do grão sobe ou se o preço do fertilizante cai, ou os insumos de forma geral, ele também faz essa conta de relação de troca e pensa que as vezes não está no preço que ele gostaria de vender, mas para trocar por insumo, pode estar bom. Então é a autonomia que o produtor ganha, além disso, a nossa solução de fertilizantes, com essa autonomia, essa relação de troca aumenta mais ainda. Principalmente se o produtor tiver um barracão, onde ele guarda os bags de fertilizante. Então ele pode fazer essa poupança de fertilizante também, em alguns casos.

GlobalFert: Legal! Vinícius, eu queria saber de você quais as inovações que a AGI vem trazendo para o mercado de fertilizantes e grãos para o agronegócio brasileiro? Olhando agora, a gente está aí, quase na virada do ano de 2023 para 2024 e quais são as expectativas sobre a parte de inovação que AGI traz para o agronegócio brasileiro?

Vinicius Silva: Só um outro ponto que eu lembrei aqui para complementar a outra pergunta é a questão que fui pesquisar um pouquinho para entrevista. Mas, a gente acaba nem pensando, mas a armazenagem ajuda também no problema logístico brasileiro das estradas. Porque, dessa forma, não é necessário fazer o escoamento dos grãos todo na safra, quando os fretes ficam mais altos e temos o problema com a malha rodoviária brasileira. Então você tem mais tempo com as filas em armazéns, filas em portos, tem a deterioração das estradas e acidentes que às vezes acarretam atrasos, não é? Além do preço mais caro do frete. Então, a armazenagem também fornece a possibilidade de melhorar a logística e escoar aos poucos a produção.

Na parte de inovação, o nosso equipamento de fertilizantes, o principal, foi o que fez com que AGI tivesse olhos para Yargus quando pensou em adquirir uma fabricante de equipamentos para fertilizantes, é o nosso sistema de mistura, é ele é um sistema de mistura volumétrico, por decréscimo de peso. Então, é um sistema onde você vai ter o fertilizante nas caixas moegas, não é? Cada commodity alocada em uma caixa moega e o sistema faz a dosagem de cada commodity e já mistura em camadas. Nós temos também a rosca misturadora que já transporta, misturando, em uma mistura contínua.

Então, isso possibilita muita flexibilidade de mistura, porque você tem todas as commodities separadas e vai colocar a receita que você quer de acordo com o que você quer. Um sistema de baixa operação que tem sua própria automação, muito prático, não é? Até para o produtor mesmo, que não é uma indústria, ainda assim, tem painéis e operadores. É um sistema muito intuitivo, com uma tela touch screen, inclusive até com interação com o iPad. Então, ele pode colocar uma mistura lá, tirar o ticket de uma mistura e já faz a formulação que ele quer, de acordo com a análise do solo que o agrônomo fez. Então, é um sistema que tem uma tecnologia bem bacana. Para quem gosta assim de programação e de automação, é um sistema bem inteligente que elimina muitos erros e garante precisão de mistura.

Inclusive, tem relatórios para o MAPA. No caso, quando é o produtor com consumo próprio, ele não tem que seguir muitas regulamentações do MAPA, são mais as misturadoras que vendem, mas como o nosso equipamento é feito tanto para misturadora quanto para o produtor, então ele segue as normativas mais rigorosas no que tange a qualidade e integridade da mistura.

GlobalFert: Legal. E voltando a comentar um pouquinho do mercado de commodities, falando especificamente sobre a parte da soja, a gente vê que a soja é muito forte no cenário brasileiro e tem uma representatividade muito grande. Assim, eu queria saber de você, como que AGI pode agregar ainda mais no valor da commodity agrícola que mais movimenta o agro aqui no país? Se tem alguma diferença para os outros grãos, por exemplo, para os outros tipos de armazenagem, se a soja tem alguma parte mais específica.

Vinicius Silva: Sim. Só pensando um pouquinho na inovação, na parte de armazenagem, a AGI, uma das marcas que compõem o portfólio da AGI é o Temp-Stor. E o Temp-Stor, é o sistema de armazenagem temporária, não é? Não sei se você já chegou a ver algum vídeo, teve bastante divulgação dele nessa safra e nessa colheita, por causa do déficit de armazenagem que teve, a queda das commodities, de modo que não tinha muito como armazenar. E uma solução mais rápida para armazenagem é um sistema com placas metálicas, onde é feito como se fosse uma barricada sobre um cercado, às vezes circular ou oval, com sistema de aeração. Também tem sistema de aeração para manter a integridade da umidade, com as condições ideais do programa de armazenamento. Depois é coberto com uma lona, então não tem um gasto de civil elevado, também pode fazer em um chão batido ali, basta preparar um pouco o solo, alocar as placas e armazenar. Tem os transportadores móveis, então acho que é uma alternativa frente aos concorrentes, de modo que é prático e rápido de executar e um pouco mais barato, quando comparado a uma armazenagem tradicional, fixa.

GlobalFert: Legal.

Vinicius Silva: Então, são as duas maiores inovações, que são diferenciais frente aos concorrentes em cada segmento. Seria a mistura contínua por decréscimo de peso e o sistema de armazenagem temporária Temp-Stor.

Sobre a gente agregar valor na soja, uma das soluções que é bastante comentada é conseguir aumentar a produtividade com a mesma área plantada. Nós não temos muito mais área para ser plantada. Então precisa aumentar a eficácia do que a gente já tem plantado. O caminho para isso é o mercado de fertilizantes e insumos. Assim, já existe histórico de quem mais investe nesses insumos são quem tem as maiores produções. As mais efetivas produções e o nosso portfólio complementa, além de auxiliar com armazenagem bem dimensionada, onde o produtor consegue armazenar seus grãos por um tempo um pouco maior do que normalmente ficaria, mantendo a qualidade do grão e ainda tem mais um braço do fertilizante que é possível fazer. Como é um sistema just-in-time de mistura, você tem acesso para configurar suas receitas e colocar, então, quando o cliente tem uma determinada área, áreas grandes, que os produtores têm de plantio, em determinada área da fazenda, ele tem um déficit maior de nutrientes que não dá produtividade.

Em alguns casos, o cliente acaba nem plantando, porque não vai dar uma boa relação para ele de compra e venda. Então, tendo o seu sistema próprio de mistura, ele pode intensificar os nutrientes em determinada área e poder suprir de acordo com a análise que que ele realiza, não é? Então, o cliente pode fazer sua análise pontual de cada área da fazenda ou de outras fazendas e fazer a sua receita, na medida do que ele precisa para atingir as maiores produções.

GlobalFert: Perfeito. Bom Vinicius, já encaminhando para o nosso final, está é a última pergunta. Você já comentou, então deixo aberto se você quiser especificar mais sobre em relação à AGI Yargus. Então, quais os benefícios e diferenciais que o produtor pode esperar desse novo produto?

Vinicius Silva: Sim. Então, o nosso produto já tem algum tempo, não é? A Yargus já havia desenvolvido o produto quando a AGI comprou. Depois da aquisição ele foi aprimorado, com a questão do software, a questão dos relatórios do MAPA. Isso aconteceu quando veio para o Brasil, então teve uma evolução. Tivemos também, a tradução do nosso software de controle. Então, ele já está bem desenvolvido. Inicialmente foi desenvolvido nos Estados Unidos e opera há um bom tempo.

Aqui no Brasil, o mais antigo já está no terceiro ano de funcionamento e sem nenhum problema de automação, de software e de integridade de mistura. Os principais benefícios de comprar com AGI é ser uma empresa grande, com um processo fabril extremamente tecnológico com um padrão de qualidade bem elevado, de modo que muitas coisas são padronizadas. Então, você diminui margem de erro de fabricação de qualquer peça ou de complemento dos equipamentos.

O nosso sistema de fertilizantes é uma solução completa, é turn key, um sistema chave na mão. A gente entrega operando e o cliente só vai ter que abastecer as caixas moegas com as commodities, configurar sua receita e já passa a utilizar o equipamento.

Tem essa questão de ser just-in-time. Ele faz a receita que ele quer no momento que ele quer. Às vezes, quando é misturador de bateladas, que nós também fornecemos, fica um pouco preso no volume do misturador. Então, para receitas picadas, alguma batelada do misturador não vai utilizar toda a capacidade dele. Consequentemente, você não está usando 100% do equipamento, que é um dos mais caros e importantes no fluxograma de mistura.

Então o nosso sistema não tem isso, a quantidade que for colocada vai rodar até sair aquela quantidade desejada, de 7 toneladas… 11 toneladas… qualquer número picado. Ele roda até que seja feita toda a quantidade desejada e ele para sozinho quando atinge. Então, temos baixa mão de obra de operação, porque é um operador no Painel e um na pá carregadeira para continuar alimentando as caixas moegas. Assim, se ela esvazia, o sistema para também. Se uma determinada caixa moega fica vazia, o sistema entende e para não mandar uma mistura pobre pra frente, com algum nutriente a menos, o sistema todo para e tem um giroflex na moega que indica para o operador que ela deve ser abastecida. Quando ela é abastecida, o operador do painel consegue apertar play novamente e inicia de onde parou. Assim, ele não roda sem um dos componentes.

O produtor também tem um ganho também na aplicação, porque tem muitos clientes que aplicam os fertilizantes no solo de forma separada ainda. Claro que em alguns, nós não temos a poupança no solo, como no caso dos fosfatados. Então, ele tem um momento certo de aplicar e de repente ele vai passar separado mesmo. Mas em alguns casos ele consegue misturar, como em alguns que existem clientes que passam Ureia em toda a sua área e depois, ele passa só o cloreto, na mesma janela de tempo. Então, por exemplo, esses clientes poderiam misturar, como a formulação do 20-0-20, vamos supor, com nitrogênio e cloreto, com nitrogenado através da Ureia.

Então, existe um ganho no custo de aplicação. Se o produtor tem 2 mil hectares, são 2 mil hectares a menos que ele vai andar, para gastar o implemento e ter uma mão de obra alocada para isso. Então, mais um benefício que o produtor, tendo seu próprio sistema de mistura ganha, no custo de aplicação.

Assim, o que o produtor pode esperar da AGI também é uma solução completa. Hoje, a AGI conta com 80 colaboradores, só na engenharia e projeto. Então, tudo é muito estudado caso a caso. Em alguns casos, quando é algo novo, nós submetemos para a aprovação dos Estados Unidos, da AGI Yargus. Então, o produtor vai estar muito respaldado tecnicamente. Tudo o que vai ser fornecido para ele, vai ter passado na mão de bastante gente qualificada, que vai ter buscado a melhor solução para ele.

A gente garante performance do equipamento e claro, garantia contra falhas e defeitos por 1 ano. Em alguns casos, até mesmo excedendo a garantia, a gente consegue achar uma solução que não vá onerar o cliente também.

GlobalFert: Perfeito.

Vinicius Silva: Temos cobertura nacional de assistência técnica também, porque nós estamos presentes no Brasil todo, com os diversos segmentos que nós temos, como a linha industrial, a linha fazenda, fertilizantes e rações. Nós temos também a linha de equipamentos para rações. Então, tem uma forte assistência técnica que cobre o Brasil.

Mesmo o Brasil sendo um país continental, nós estamos presentes para vender também. Hoje, temos os vendedores, com a nossa área comercial que cobre o Brasil todo e a nossa assistência técnica que tem que acompanhar, para que a gente não deixe a desejar com nenhum dos clientes que depositaram sua confiança na AGI.

Também somos uma empresa forte e capitalizada, que preza muito pelo bom relacionamento com os seus clientes e jamais deixa ele ser lesado. É uma tratativa de bastante cuidado com o cliente. O cliente jamais vai ter o que reclamar da AGI. A gente trabalha duro para que nada dê errado, mas se der, ele vai estar totalmente amparado.

GlobalFert: Bacana, Vinicius! Bom, então em nome de todo o GlobalFert eu quero agradecer imensamente a AGI e mais ainda a você, pela sua disponibilidade e pelo seu tempo de conversar um pouquinho aqui com a gente. Além de passar um pouco do seu conhecimento e da AGI aqui para o GlobalFert. Então, quero deixar aberto se você quiser deixar suas palavras, e agradeço mais uma vez, imensamente, pelo seu tempo.

Vinicius Silva: Eu que agradeço a você, Lucas, pelo seu tempo. Agradeço a oportunidade do GlobalFert da gente expor um pouco do que a gente tem para contribuir com o mercado do agronegócio brasileiro. A AGI é uma marca extremamente voltada para o crescimento da agricultura, o que até está no nosso nome. Então, por isso que a AGI foi complementando seu portfólio para ter essa amplitude de suprimentos ao agronegócio, que é para a gente alcançar os níveis de produção que a gente precis. Daqui para a frente, temos um crescimento populacional maior do que a produção de alimentos, então a AGI está bem ligada a isso. Então, estamos aqui para completar a cadeia de todas as culturas de produção. Isso desde o plantio até a pecuária, com os equipamentos para ração. Então, é um portfólio bem completo, de modo que vale a pena o cliente se desenvolver com a AGI. Vai ter bastante amparo da parte técnica e soluções para a cadeia completa do agronegócio.

GlobalFert: Beleza! Então, obrigado mais uma vez Vinicius! Obrigado a AGI pela disponibilidade e obrigado a você que acompanhou essa entrevista até aqui e até a próxima!