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Verde Agritech pretende ampliar sua produção de fertilizantes e aposta na logística ferroviária.

O risco de ruptura de parte das importações brasileiras de fertilizantes gerado pela invasão russa na Ucrânia beneficiou as empresas que produzem o insumo no país, e a Verde Agritech foi uma das que aproveitaram o cenário para fortalecer seus negócios. A companhia aumentou a produção, promete iniciar uma nova expansão nos próximos meses e tem em curso um projeto logístico para ampliar seu raio de atuação.

Fundada pelo empresário Cristiano Veloso em 2005, a Verde, que tem ações negociadas na bolsa de Toronto, no Canadá, conta com uma fábrica em São Gotardo, na região do Triângulo Mineiro.

Nos nove primeiros meses de 2023, a receita bruta da empresa somou pouco menos de R$ 120 milhões, metade do total registrado no mesmo período de 2022, acarretando uma redução no Ebitda, o que levou a Verde a reportar um prejuízo de janeiro a setembro. A estabilização do mercado tende a ser refletida em uma melhora nos resultados deste e dos próximos trimestres.

Assim, os projetos de investimentos continuam mantidos, segundo Lucas Brown, vice-presidente da companhia. Com duas plantas rodando em São Gotardo, a capacidade de produção da fábrica chegou a 3 milhões de toneladas por ano, e nos próximos meses deverá começar a ser implantada mais uma unidade, que elevará a capacidade para 13 milhões de toneladas por ano. O aporte previsto na nova planta chega a R$ 275 milhões, e deverá ser feito com recursos próprios.

Na área de logística, a Verde Agritech já teve autorização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para a construção de um ramal ferroviário no Triângulo Mineiro com capacidade para escoar 50 milhões de toneladas por ano. Com isso o executivo afirma que a empresa poderá ampliar sua conexão com polos agrícolas e consolidar uma atuação nacional.

O transporte ferroviário também tem vantagens ambientais em relação ao rodoviário, e Brown acredita que o projeto fortalecerá uma característica que já diferencia o fertilizante da Verde. Diferentemente de outras fontes de potássio, o produto da companhia não tem cloro em sua composição e pode reduzir a pegada de carbono dos produtores rurais. De acordo com o VP, a empresa está realizando estudos para mensurar o potencial de captura de carbono por tonelada do insumo aplicada.

InfoMoney, 29/11/2023.

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