Agrogalaxy registra prejuízo de 334,5 milhões de reais em 2023
O grupo Agrogalaxy, de varejo de insumos, registrou um prejuízo de R$ 334,5 milhões em 2023, após lucro de R$ 53,9 milhões no ano anterior. O resultado foi um pouco melhor no quarto trimestre do ano, quando a companhia teve lucro líquido de R$ 107,9 milhões, queda de 42,2% na comparação anual.
Os resultados vieram na esteira de um ritmo lento nas vendas de insumos, queda no preço das commodities e margens apertadas ao longo do ano passado. Para o presidente da empresa, Axel Labourt, as taxas de juros mais elevadas e o custo alto de capital também contribuíram para o desempenho negativo.
No acumulado do ano, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 51,4%, para R$ 342,2 milhões, com margem de 3,6% — 2,4 pontos percentuais abaixo da margem de 2022. Apenas no quarto trimestre, Ebitda ajustado diminuiu 20,1%, para R$ 281,7 milhões. Segundo o Agrogalaxy, a piora do resultado operacional decorre da perda de receitas.
A companhia ressaltou que aumentou seu faturamento no ano em algumas áreas que asseguram margens melhores, como nos negócios de sementes de soja com marca própria (Nova Sementes) e de especialidades, cujas receitas cresceram 17% e 12%, respectivamente. O faturamento do segmento de bioinsumos, por sua vez, cresceu 5,3% no ano.
A receita líquida total do Agrogalaxy no ano, porém, caiu 18,9%, para R$ 9,4 bilhões. O número ficou 15% abaixo da estimativa mínima e 17% abaixo da estimativa máxima divulgadas pela companhia em agosto.
O desempenho refletiu a redução dos preços de defensivos em 60% e dos fertilizantes em 50%, além dos atrasos no plantio da soja e da redução da área de milho, explicou a companhia.
Apesar dos impactos do cenário de mercado, Labourt disse que “o Agrogalaxy está com tudo sob controle”. “Simplificamos a gestão com a melhora de margens, focando no crescimento dos portfólios, melhoramos a dispersão dos preços em cada região e cortamos despesas para deixar a estrutura ágil”, disse o executivo a jornalistas.
No quarto trimestre, a receita líquida recuou 29,2% ante o mesmo período do ano anterior, para R$ 2,4 bilhões. Apesar da queda anual, a empresa ressaltou que o valor é semelhante do terceiro trimestre. A companhia realizou cortes de custos e operações financeiras, como um aumento de capital, para controlar perdas.
O segmento de insumos foi o destaque negativo do trimestre, com queda de 33,4% na receita, para R$ 2 bilhões, enquanto o lucro bruto ajustado do segmento recuou 33%, para R$ 416 milhões. A receita de grãos também caiu no trimestre, mas de forma menos acentuada, com recuo de 0,8%, para R$ 446 milhões.
“Em 2024, vamos continuar com intervenções nas margens, preços e controle de custos operacionais e a expectativa é que todos esses esforços sejam refletidos no próximo balanço anual”, acrescentou o CEO.
GloboRural, 27/03/2024.